Felipe Piragibe e Natália Moretz-Sohn, da marca de roupas plus size Naiah, decidiram apostar no atacado a partir das orientações dos mentores da incubadora Rio Criativo - Divulgação
Felipe Piragibe e Natália Moretz-Sohn, da marca de roupas plus size Naiah, decidiram apostar no atacado a partir das orientações dos mentores da incubadora Rio CriativoDivulgação
Por Bernardo Costa
Felipe Piragibe, de 29 anos, percebeu em casa uma oportunidade para empreender. Ao notar as dificuldades da mãe em encontrar vestidos que se adequassem ao corpo, decidiu criar uma marca de roupas plus size para atender mulheres acima o peso. Ele desenvolve a empresa Naiah na incubadora Rio Criativo, que oferece 18 meses de capacitação gratuita para alavancar novos negócios no estado do Rio. No momento, há 14 startups no terceiro ciclo do programa, cujo novo edital para a seleção de empreendedores será divulgado até o fim do ano.
A incubadora Rio Criativo funciona no espaço de coworking Startup Rio, no Catete, e é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Nos dois primeiros ciclos de capacitação, entre 2012 e 2017, ajudou a estruturar e colocar no mercado 33 empresas que, juntas, geraram faturamento de R$ 15 milhões durante o período de incubação. Segundo Diogo Oliveira, assessor-chefe da Rio Criativo, aproximadamente 68% delas continua em atividade no mercado.
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"Apoiamos empresas que já tenham o chamado Mínimo Produto Viável (MVP) e atuam nos setores ligados à economia criativa. Com um produto ou solução já testado no mercado, fornecemos as condições para que as empresas cresçam, ganhem escala e causem impacto no mercado", diz Diogo Oliveira.
Emílio Domingos, da Osmose Filmes: aprendizado sobre gestão - Divulgação
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Para Felipe, um dos benefícios do programa foi perceber, a partir das mentorias, que a Naiah só poderia crescer de forma sustentável financeiramente se conseguisse vender no atacado. No momento, a equipe se prepara para lançar a primeira coleção que será comercializada no formato.
"Já havíamos tentado entrar no atacado, mas não deu certo. Agora, tenho certeza que vai rolar. Na incubadora, nas aulas com empreendedores experientes no mercado, percebemos que não conseguiríamos crescer como queríamos apenas no varejo. Também passamos a compreender melhor o segmento da moda", conta Diogo Oliveira.
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Para a equipe da Osmose Filmes, produtora de documentários sobre a cultura das periferias, a experiência na incubadora Rio Criativo tem sido fundamental para desenvolver conhecimento ligados à gestão empresarial. A produtora foi premiada pelos filmes 'A batalha do passinho' (2012) e 'Deixa na régua' (2016)', e se prepara para lançar o documentário 'Favela é moda', sobre uma agência de modelos do Jacarezinho.
"Em contato com especialistas, conhecemos mais sobre meio empresarial. No momento, estamos passando por uma consultoria sobre a gestão da marca, com noções de design e marketing, e técnicas para aprimorar a comunicação com o nosso público", diz Emílio Domingos, de 47 anos, sócio e diretor da Osmose Filmes.
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Para os empreendedores da agência de marketing digital Trustme, que também está na Incubadora Rio Criativo, encontrar novas formas de atuação tem sido um dos principais benefícios do ciclo de desenvolvimento. "Estamos para lançar cursos online, rápidos e acessíveis, para capacitar gestores de organizações sociais. E passamos a atuar com foco no setor de gastronomia, que hoje responde por 80% do nosso faturamento", conta Rodrigo Biajoni, de 33 anos, sócio-fundador da agência Trustme.
Durante o ciclo de desenvolvimento, a equipe da agência Trustme decidiu apostar no setor de gastronomia - Divulgação
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Novo ciclo em janeiro
O terceiro ciclo de incubação vai até o fim de novembro. As ações de capacitação têm duração de 18 meses e são geridas pela consultoria Templo.cc. Segundo Hermann Bessler, diretor da Templo.cc no Rio Criativo, podem se inscrever empresas que estejam iniciantes que estão na fase de testes de um produto ou solução ou empresas já consolidadas que precisam mudar o modelo de gestão.
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Além de workshops e mentorias, há aproximação dos empreendedores com possíveis investidores por meio de rodadas de negócios e participações em feiras e eventos corporativos.
"Fazemos uma série de conexões das empresas com o mercado durante a incubação. Assim, elas saem prontas para causar impacto e gerar renda e empregos no estado", diz Hermann Bessler.