A busca por uma profissão não é uma tarefa fácil, principalmente para quem é muito novo. Decidir a carreira profissional quando se é muito jovem, ainda no Ensino Médio com idade entre 15 e 17 anos, pode ser mais complicado ainda. Mas, com o objetivo de promover um direcionamento e dar uma perspectiva a esses jovens, principalmente os que estão em vulnerabilidade social, algumas empresas têm atuado com programas de Mentoria Voluntária. E a novidade está prevista para chegar ao Rio no próximo mês.
A proposta consiste em dar aconselhamento profissional aos jovens, conforme projeto da Fesa Group que desenvolveu um braço social, sem fins lucrativos, denominado Criando e Reconhecendo Oportunidades para Mudar o Amanhã (CROMA). A iniciativa se tornou uma ponte entre o terceiro setor e o mercado de trabalho. Em parceria com outras empresas, o programa tem o foco na empregabilidade e desenvolvimento de jovens.
"O programa busca orientar o jovem a conseguir e se manter em um emprego. Saber correr atrás e ter um plano de ação, ter um passo a passo para o que ele deve fazer a fim de seguir a carreira profissional. Não é dar o peixe, mas ensinar a pescar. Queremos capacitá-los e realizar para um planejamento de carreira", comenta Tainá Braga, diretora do CROMA.
O projeto piloto foi com a própria Fesa e, segundo, Tainá, o resultado atingiu as expectativas. Há, inclusive, jovens trabalhando na empresa. Entre as companhias que já fizeram atividades de mentoria voluntária junto com a Fesa estão a Danone, Coca-Cola e HDI Seguros.
VOLUNTÁRIOS
Por meio da colaboração de voluntários das empresas participantes, funcionários, desde executivos até jovens trainees, são capacitados para promover a mentoria profissional aos jovens. O voluntário escolhido para determinado estudante é baseado na semelhança de personalidade entre eles. E para ficar por dentro do programa, tanto o jovem quanto o voluntário recebem um guia de instruções.
Outro ponto do programa é o fato de ser um projeto personalizado. Isso quer dizer que um voluntário fica exclusivamente com um estudante por quatro a cinco meses e mostra a vivência do que é estar dentro de uma empresa durante visitas coordenadas pelo voluntário.
"É muito bacana ver o antes e o depois do jovem. Ele tem a autoestima trabalhada. Além das habilidades técnicas, como a questão de ensino de Excel, os voluntários orientam sobre questões comportamentais e culturais. Eles fazem simulação de entrevistas, por exemplo", afirma Tainá.
Para Peterson Melo de Freitas, de 18 anos, atendido por um projeto social de São Paulo, o Projeto Arrastão, e que fez parte do primeiro ciclo do programa na capital paulista, o projeto deu um bom direcionamento profissional para ele.
"A mentoria foi muito importante para mim, pois abriu minha cabeça e agora penso em qual faculdade fazer e ainda a necessidade de estudar inglês. Decidi que quero ser administrador de empresas. Meu mentor foi fundamental para mim e agradeço muito ele por isso", explica Peterson.