No Programa Formare, os jovens passam pela experiência dentro das empresas parceiras - fotos Divulgação
No Programa Formare, os jovens passam pela experiência dentro das empresas parceirasfotos Divulgação
Por Marina Cardoso

Rio - Na semana passada, o governo lançou o Programa Verde Amarelo para incentivar a empregabilidade de jovens. Porém, um dos maiores obstáculos para conquistar o primeiro emprego é a capacitação. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, 23% das pessoas de 15 a 29 anos de idade, o que representa 10,9 milhões de um universo de 47,3 milhões brasileiros, não estudavam e nem trabalhavam. Diante desse cenário, iniciativas para formação ganham relevância para mudar a realidade desse público. 

Umas delas é o Programa Formare, desenvolvido pela Fundação Iochpe, que oferece oportunidades a jovens de baixa renda. Através de cursos profissionalizantes, eles são preparados para diferentes segmentos do mercado após a atuação dentro das empresas parceiras do projeto. 

"O objetivo é formalizar jovens, entre o 2º e 3º ano do Ensino Médio, cujas famílias tenham renda média per capita de, no máximo, um salário mínimo em um período de um ano. Entendemos que o melhor espaço de formação é na própria empresa", afirma Cláudio Anjos, diretor-executivo da Fundação Iochpe. 

O engenheiro de produto Ricardo Ferreira, 29 anos, morador de Resende, no Sul do estado, foi um dos participantes do projeto. "Não imaginava entrar em uma faculdade, era uma realidade distante da minha. O programa foi importante para promover essa capacitação e, a partir disso, as portas se abriram", conta.

Quem também encontrou apoio profissional em projeto de formalização foi o jovem aprendiz Luiz Roberto Oliveira Santos, 22, morador da comunidade do Mandela, na Zona Norte do Rio. No CAMP Mangueira, ele encontrou um direcionamento para a carreira profissional. 

Contribuição para o futuro

"Termino meu contrato este ano e saio uma pessoa totalmente diferente da que iniciou. Tenho objetivos e metas, além de ter conquistado uma base para formação profissional. E é o que vai contribuir para quem eu quero ser no futuro", afirma Luiz Roberto. 

No CAMP Mangueira, os jovens passam pelo Programa de Integração ao Mundo do Trabalho (PIMT), com oficinas para orientá-los sobre o mercado. Eles aprendem dicas para entrevistas, formação cidadã, noções administrativas e de tarefas básicas. 

"As oficinas ampliam o universo informacional e propiciam vivências para o alcance da autonomia, do protagonismo social e para promoção da integração e inserção no mundo do trabalho", explica José Scalfone Neto, presidente do CAMP Mangueira. 

"É preciso promover um direcionamento para esses jovens, chegar mais perto deles e oferecer oportunidades, pois assim vão entrar sólidos no mercado", afirma Anjos, da Fundação Iochpe.

 

Recriando chances na Zona Norte
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No mesmo caminho, o Projeto Recriando Raízes nasceu com o objetivo de capacitar jovens do Complexo da Pedreira, em Costa Barros. Para formalizá-los, há cursos de refrigeração, telemarketing, cuidador de idoso, assistente administrativo, eletricista, barbeiro, maquiagem.
"Jovem participa das aulas e a nossa missão passa a ser a de formalizar esses jovens para o mercado de trabalho", afirma Ilma Rocha, uma das idealizadoras do projeto.  
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Carolina Gomes, 25, se aperfeiçoa no curso de maquiagem para se lançar no mercado. "Sempre foi meu sonho trabalhar nessa área, mas não pude começar antes porque engravidei, mas finalmente estou conseguindo", se emociona. 
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