O mercado de Tecnologia da Informação registra carência de profissionais no Brasil. Segundo estudo da consultoria IDC, 160 mil postos deixaram de ser preenchidos no país em 2019 por falta de profissionais qualificados. No Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, o curso de programação de sites e aplicativos da startup Vai na Web vem contribuindo para diminuir esse descompasso e, ao mesmo tempo, combater desigualdades sociais. As aulas são gratuitas, presenciais e voltadas para moradores de favelas do Rio. As inscrições para a próxima turma estão abertas e vão até segunda-feira.
"Além de dar oportunidade, derrubamos mitos da favela, pois temos muita potência e o que fazemos é estimular e capacitar essa juventude, que faz uso da tecnologia no dia a dia, a programar esses sistemas que já utilizam", conta Zoraide Gomes, a Cris dos Prazeres, CEO da Vai na Web.
As aulas começam em fevereiro e são focadas na criação de páginas web responsivas, com lições sobre as linguagens HTML5, CSS3 e design de interfaces. "Os alunos aprendem a construir sites que se adaptam a todos os tipos de telas: computador, celular e tablets", explica Aline Fróes, fundadora da startup.
Segundo ela, cerca de 40% dos alunos ingressam no mercado de trabalho após a conclusão das aulas. Foi o que aconteceu com Evelyn Mendes, Kelvin Fernandes, Yasmin Miranda e Camila Soares, que, na última semana, trabalhavam em sites e aplicativos para grandes empresas na sede da Vai na Web.
Para eles, o curso na startup era a oportunidade que precisavam para desenvolver seus potenciais. "Eu nunca imaginei que trabalharia com TI. Sempre me vi numa área mais burocrática ou de vendas. Acabei descobrindo uma vocação na tecnologia", conta Camila.
Já Cicero Matos, também ex-aluno, conseguiu emprego em uma startup de São Paulo. Hoje, é professor da Vai na Web. "Quando me chamaram, retornei correndo. Quero dar de volta tudo o que recebi em conhecimento e oportunidade", diz Matos.
HABILIDADES EMOCIONAIS
Além da parte técnica, o curso também busca desenvolver as habilidades socioemocionais nos alunos, com aulas sobre comunicação não-violenta, resiliência, meditação e diversidade.
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