Rio - Um investimento nos últimos quatro anos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de US$ 1 milhão, o equivalente a cerca de R$ 3,17 milhões de acordo com a cotação de ontem da moeda norte-americana, ajudou a impulsionar dois polos no estado do Rio: moda praia, em Cabo Frio, e rochas ornamentais, em Santo Antônio de Pádua. A iniciativa faz parte do Arranjo Produtivo Local (APL), numa parceria envolvendo governo estadual do Rio e Sebrae-RJ, para beneficiar o pequeno empresário. Os resultados foram apresentados ontem, num seminário no Windsor Guanabara Hotel.
Uma das demonstrações, constatada em pesquisa, foi o aumento de 10% no faturamento das empresas e a abertura desses dois novos mercados. Com loja em Cabo Frio há 25 anos, Cláudia Guimarães Rosa participou de três missões internacionais e abriu a loja virtual durante o projeto. “É importante para trocarmos experiências, olhar o que o parceiro está fazendo, e não vê-lo como concorrente”, disse a empresária.
Em Santo Antônio de Pádua, a união dos empresários em torno do APL de rochas ornamentais resultou na melhora da qualidade do produto. De acordo com o presidente do Sindicato de Extração e Aparelhamento de Gnaisses no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro (Sindgnaisses), Marco Antonio Pinheiro, agora todas as empresas fazem planejamento de lavra.
As pesquisas compararam a situação das empresas beneficiárias em 2013 e neste ano. Houve crescimento no faturamento, melhoria na exportação, maior utilização de comércio eletrônico e inovação.
O fim da informalidade
“Apesar de serem distintos entre si, os dois APLs, de moda e de rochas, apresentavam características semelhantes, que eram o elevado índice de informalidade e dificuldades de interlocução entre os integrantes do setor”, avalia a subsecretária estadual de Comércio e Serviço, Dulce Ângela Procópio.
Hoje, as duas regiões contam com sistema de gestão dos APLs consolidados e planos de ação em funcionamento. O projeto também está sendo estendido para o APL de moda de Itaperuna, no Noroeste Fluminense.
“O financiamento do BID possibilitou a abertura de novos mercados num momento de crise econômica no país e no estado do Rio. Além disso, mais de 60% das empresas beneficiárias inovaram em processos, produtos e serviços”, afirmou o diretor do Sebrae/RJ Evandro Peçanha.
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O seminário serviu para apresentar os resultados do projeto e trocar de experiências entre os integrantes das duas cadeias produtivas. E teve como pano de fundo o lançamento do sistema Mooola, que vai integrar dados das duas bases de APLs. Estatísticas, referências e resultados do projeto estarão disponíveis no sistema, que será disponibilizado nos sites do Sebrae-RJ e do Governo do Estado.
Além das duas cadeias produtivas, o projeto já foi estendido para outro APL de moda de Itaperuna, Noroeste do estado do Rio. “A ideia é que a metodologia seja aprimorada e replicada não somente em outros APLs no estado do Rio, mas até mesmo levada para outras regiões”, comentou Luciana Botafogo, especialista do Fundo Multisetorial de Investimentos (Fumin), do BID.