Por leandro.eiro

Rio - O tempo em que somente a família da noiva arcava com os custos do casamento é coisa do passado. A megafesta e o vestido de princesa também. Mas a mudança mais significativa está no valor desembolsado para a troca de alianças. Agora, bem mais ao alcance do bolso dos brasileiros de todas as classes sociais. Os profissionais da área explicam que esse mercado se adaptou à crise econômica do país. Portanto, não é preciso deixar a crise passar para realizar o sonho do matrimônio. Basta seguir as tendências. 

Estilista mostra catálogo de vestidos. Hoje%2C o termo da moda é o ‘mini wedding’%2C casamento feito em menores proporções%2C para reduzir gastos Divulgação

Para Sheila Assuf, proprietária da Casa Assuf, o primeiro passo é priorizar o que é essencial. O termo da moda é o ‘mini wedding’ — casamento pequeno, em tradução livre do inglês para o português. Na prática, são casamentos celebrados em cerimônias menores, para menos convidados. “Os noivos devem pensar nas pessoas que realmente importam. Já o local da cerimônia precisa ter relação com a história do casal. Pode ser um lugar público, como uma praia, que está super em alta. Ou uma praça do bairro em que o casal se conheceu. Isso ajuda a diminuir custos e torna a cerimônia ainda mais significativa”, argumenta.

A ajuda de todos, dizem os profissionais, hoje é fundamental. Se antes apenas o casal se envolvia com o casamento, hoje é comum que parentes e amigos também participem de forma efetiva. Pode ser que aquele primo designer, por exemplo, dê uma força na produção dos convites. Ou que a vovó, dona de uma receita famosa na família, prepare os quitutes da cerimônia. “Quando isso acontece, costumamos batizar o docinho em referência ao parente que o preparou. É uma solução criativa, que enxuga custos e agrega a família”, aponta o cerimonialista Daniel Claret.

O perfil da noiva também mudou. Segundo Sheila, ela está mais prática. Delega funções a amigas ou parentes e se associa a outras noivas. Na internet, elas têm se unido para trocar informações em grupos nas redes sociais, em blogs especializados e até no WhatsApp. “As compras coletivas têm sido frequentes. Um chinelo personalizado que sai a R$ 8 a unidade pode ser vendido por R$ 3 se 50 noivas fecharem negócio ao mesmo tempo. Promoções assim surgem nas redes sociais”, ensina Claret.

Casa Assuf%2C em Copacabana%2C oferece coleções mais atrativas aos clientes em tempos de crise%2C com vestidos pré-moldados. Peças reutilizadas de festas anteriores também são Divulgação

Pré-moldados reduzem valor dos vestidos de noiva

Item essencial do casamento, o vestido da noiva não é mais o vilão da história. O lojista se viu obrigado em pensar em alternativas. Na Casa Assuf, por exemplo, a solução foi investir em coleções de vestidos pré-moldados. “A noiva apenas escolhe alguns detalhes de sua preferência, que pode ser em relação às mangas ou saia. Mas o modelo do vestido já está pronto. Com isso, conseguimos reduzir o custo final em cerca de 40%”, garante Sheila Assuf, que cria e desenvolve os produtos.

Para driblar a crise, muitas mulheres estão reutilizando vestidos de cerimônias anteriores. “Podem ser releituras do vestido de casamento da mãe ou do vestido que a própria noiva utilizou na festa de debutantes. Bastam alguns ajustes”, explica Daniel Claret.

No ateliê do estilista Gugu Fernando, no Casa Shopping, na Barra da Tijuca, a solução tem sido substituir artigos de luxo por outros mais em conta, sem prejuízo do produto final. “Em vez do cristal e do vidrilho, por exemplo, estamos usando o paetê francês, que é mais barato e mantém o mesmo brilho do vestido”, explica o estilista. 

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