Por leandro.eiro

Rio - Insurtechs, machine learning, startups, chatbot são expressões que passam a fazer parte da linguagem de corretores e atuários num processo sem volta de reinvenção online, onde a captação de clientes é feita pela internet. Em meio a esse contexto, cresce a importância de um outro perfil de profissional, formado em Tecnologia da Informação ou Ciências da Computação e especializados no desenvolvimento de softwares.

Esses profissionais se aproximaram do segmento desde 2016. Em setembro do ano passado, a Confederação Nacional de Seguradoras (CNseg) passou a investir em inovação, numa parceria com a aceleradora Darwin Starter, de Florianópolis. A empresa, então, começou a estimular a criação de novas iniciativas tecnológicas voltadas para o ramo.

Confira os termos utilizados por profissionais do setor de seguros em meio aos avanços tecnológicos do segmentoInfografia O Dia

Marcos Mueller, CEO da Darwin Starter, diz que as novas funcionalidades surgem a partir das conversas entre os desenvolvedores de sistemas e representantes de seguradoras. "Há uma necessidade de o setor se reinventar. As soluções tecnológicas, especialmente no modelo de precificação, surgem a partir da interação com os profissionais de seguros", explica.

Em São Paulo, a Oxigênio Aceleradora, da Porto Seguro, desenvolve uma iniciativa que conecta corretores e especialistas em tecnologia para gerar oportunidades de negócio. Com informações de clientes inseridas na plataforma Clic Corretores, os profissionais recebem dicas para fechar contratos e estabelecer preços personalizados. O próximo passo é inserir os atuários no sistema. "Cruzamos dados do perfil dos clientes com o perfil dos corretores e o tipo de produto procurado. A inteligência artificial identifica tendências, que são convertidas em oportunidades de vendas", explica Luís Felipe Evers, fundador da Clic Corretores.

Tecnologia e experiência

A parceria entre tecnologia e a experiência de mercado é fundamental no processo de renovação do segmento, segundo Evers. "O corretor é quem tem o cliente na mão. E as pessoas sentem maior confiança quando lidam com um corretor, especialmente os que já conhecem. Os atuários, por sua vez, trazem o conhecimento estatístico do mercado", compara.

Robert Bittar, presidente da Escola Nacional de Seguros, diz que a tecnologia já faz parte de todas as etapas do setor. "Os processos hoje são online. Cálculo, formulação de proposta, entrega de serviços... A tecnologia se tornou mais uma ferramenta de vendas. Já há instrumentos que permitem o rastreamento do cliente durante as 24 horas do dia", analisa.

A Superintendência de Seguros Privados (Susep), que fiscaliza o setor de seguro no país, também procura se atualizar. Em julho deste ano, o órgão criou a Comissão de Especial de Inovação e Insurtechs, que pretende discutir o impacto da tecnologia nos produtos e na regulação do mercado. Em outra frente, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico criou o Comitê de Insurtechs, para mapear todas as novas empresas no setor de seguros no país.

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