Por O Dia

Rio - A Rodovia Federal Washington Luiz (BR-040), principal ligação do Estado do Rio com Minas Gerais e a região Centro-Oeste, é um dos melhores exemplos de como uma infraestrutura deficiente, ou se preferirem obsoleta, retarda o desenvolvimento do país.

A razão pela qual, em 2018, os veículos que transportam a economia do país ainda são obrigados a subir os 21 km da serra de Petrópolis, uma estrada construída em 1928, não tem explicação.

Em 1995, a gestão da estrada foi concedida a iniciativa privada. Uma das obrigações da concessionária era construir a nova subida da serra. Quando de sua execução, verificou-se que, fruto de novas exigências ambientais e adaptações do traçado, era necessário executar novo projeto, o que a concessionária negociar a alocação de novos recursos.

Aí começou a "via-crúcis" e a demonstração de que, no Brasil, a burocracia, a inercia ou a falta de poder de decisão entravam o desenvolvimento. O fim da novela estava previsto para antes das Olimpíadas, quando a nova subida da serra finalmente seria entregue. Mas isso não aconteceu. A obra parou, as estruturas ficaram inacabadas, estão se deteriorando e, quando forem retomadas, custarão ainda mais caro.

O envolvimento de diversos órgãos na esfera federal também não ajudou. Apenas criou um emaranhado de discussões, mas nenhuma decisão.

O pedágio continua sendo cobrado. Ambas as pistas têm pavimento em péssimo estado e sinalização precária. A eficiência que era demonstrada no início do período da concessão acabou.

A previsão para esse ano é que trafeguem cerca de 35 mil veículos por dia, sendo 25% comerciais, e uma média diária de quatro acidentes, o que gera um custo de R$ 500 mil/dia. Como a obra está parada desde de janeiro de 2017, o país, só com os acidentes, teve um custo de mais de R$ 300 milhões.

Luiz Fernando dos Santos Reis é presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj)

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