Por thiago.antunes

Rio - A Reforma do Ensino Médio prevê que profissionais com notório saber possam dar aula exclusivamente nos cursos técnicos profissionalizantes. Isso significa que, mesmo se a pessoa não tiver formação para ser professor, ela estará apta a ministrar disciplinas que coincidam com um amplo conhecimento comprovado adquirido ao longo da carreira. É uma forma de passar a experiência do mercado de trabalho por meio de quem mais entende dele. Essa medida se faz necessária, pois a formação técnica profissional é uma das cinco áreas disponíveis na parte flexível do currículo do Novo Ensino Médio que o aluno poderá optar.

O currículo será organizado pelos estados e aguarda ainda a definição da Base Nacional Curricular Comum (BNCC)%2C que só deve ser homologada no próximo anoDivulgação

Esses profissionais não poderão ministrar disciplinas nas outras áreas do conhecimento do novo modelo Linguagem e suas tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Serão inseridos apenas no ensino técnico profissionalizante. O modelo já funciona no chamado 'Sistema S', do qual fazem parte Senai, Sesi, Senac, Sesc, Sebrae, etc.

Quando a reforma que vem sendo esmiuçada por esta série de matérias do DIA passar a valer, a partir de 2019, o ensino técnico será mais valorizado, com a possibilidade de o aluno cursar a carga horária regular voltada para a profissionalização. Atualmente, ele precisa cumprir 2,4 mil horas do Ensino Médio regular e apenas 1,2 mil do Técnico.

No texto da Medida Provisória sancionada em fevereiro pelo governo federal, estão incluídas orientações como vivências práticas de trabalho no setor produtivo e a possibilidade de conceder certificados de qualificação para os estudantes. "Vale lembrar que a maioria dos indivíduos investirá, durante toda a vida profissional, em atividades não-acadêmicas", destaca o professor Antonio Freitas, pró-reitor de Ensino, Pesquisa e Pós-graduação da FGV.

O currículo será organizado pelos estados e aguarda ainda a definição da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que deve ser homologada ano que vem. Uma vez reconhecida oficialmente pelo governo, a BNCC passa a servir de base para os estados e as escolas, que montarão os currículos de acordo com as diretrizes ali expostas mas mantendo sua autonomia.

Para se ter uma ideia da sobrecarga dos professores, a média de turmas por docente no Estado do Rio em 2016 foi de 7,9, considerando apenas o Ensino Médio, segundo a plataforma de dados CultivEduca. Em âmbito nacional, mais ainda: 8,4 turmas por professor.

Na próxima e última matéria da série, o DIA recorda todas as mudanças abordadas até aqui nas sete reportagens já publicadas.

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