A candidata da Rede, Marina Silva, é a segunda a participar da série de entrevistas que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) fará com os candidatos à Presidência da República. - Marcello Casal jr/Agência Brasil
A candidata da Rede, Marina Silva, é a segunda a participar da série de entrevistas que a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) fará com os candidatos à Presidência da República.Marcello Casal jr/Agência Brasil
Por O Dia

Rio - Candidata à presidência pela Rede, Marina Silva foi entrevistada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) nesta quinta-feira. A presidenciável falou sobre temas como segurança pública, aborto, intervenção federal e direitos das minorias.

No primeiro bloco, Marina foi confrontada sobre a questão de Roraima e criticou a omissão do governo federal em relação à fronteira com a Venezuela. A candidata avaliou que "o governo se omitiu duplamente", primeiro em relação à situação dos moradores de Pacaraima, e também em sua política externa. Para ela, o Brasil poderia ter liderado uma articulação de países para ajuda humanitária e retomada da democracia na Venezuela. 

A candidata também disse que, na posição de Presidente da República, não vai "deixar de ajudar um governante de estado porque o partido dele é diferente do meu", sugerindo que Michel Temer possa ter se omitido por questões partidárias.

Sobre o fechamento da fronteira, se mostrou contrária e pontuou a necessidade de uma boa política de acolhimento.

Confira o que a candidata falou sobre outros temas:

Segurança Pública

Marina defendeu a necessidade de fortalecimento da Polícia Federal e da Polícia Federal Rodoviária para o enfrentamento do tráfico nas fronteiras. Ao ser indagada sobre a privatização dos presídios, se posicionou contra: "Não podemos achar que privatizar por privatizar é a solução". A presidenciável também disse que a segurança pública deve ser "uma ação integrada entre governo federal, governos estaduais e governos municipais". 

Intervenção Federal

Marina classificou a intervenção federal no Rio como uma medida extrema, mas reconheceu que "não tinha como deixar o Rio entregue à própria sorte". 

Aborto

A candidata disse que é contra o aborto, mas defendeu que a questão seja decidida através de um plebiscito popular. "Numa democracia evoluída, esses assuntos são tratados mediante plebiscito". Também pontuou que o aborto não pode ser usado como método contraceptivo.

Saúde

Marina avaliou que o Sistema Único de Saúde (SUS) está muito bem construído na lei, mas que na prática não funciona. Disse que "os postos de saúde têm que funcionar", mas não detalhou como e não especificou em quais áreas da saúde pública pretende priorizar os investimentos. Citou Eduardo Jorge (PV), seu vice, coordenador da área de saúde de seu governo, e defendeu a necessidade de uma reestruturação da saúde pública e a contratação de mais médicos.

Minorias

Ressaltou que todos devem ser tratados iguais e defendeu os direitos de todos: "Numa sociedade justa e democrática, defendemos os direitos das pessoas". Quando foi cobrada por propostas mais específicas, no entanto, Marina rebateu: "Acho engraçado essa pergunta ser feita sempre a mim com um enviesamento, talvez por eu ser evangélica". "Não vejo essa pergunta ser feita dessa maneira ao Alckmin, que é católico". 

Bolsa Família

Defendeu a manutenção do programa.

Educação

A presidenciável defendeu as cotas e disse que a primeira infância, entre 0 e 5 anos, é prioridade em seu governo - mas sem esquecer as outras etapas da educação. Também falou sobre a contratação de mais professores e a valorização da profissão através de um plano de carreira e uma remuneração adequada.

Desemprego

Marina disse que vai "ajudar o país a voltar a crescer" e recuperar sua credibilidade. Também propôs o investimento em novas formas de energia para a geração de empregos e disse que vai construir "um milhão e meio de tetos solares, para gerar emprego e renda para a população". 

Economia

A candidata falou em recuperação do tripé macroeconômico através do câmbio flutuante - com intervenção, para não flutuar excessivamente - e superávit primário com meta de inflação.

Reforma Trabalhista

Defendeu que a reforma trabalhista seja feita através de um diálogo com a população, e classificou a reforma do governo Temer de "draconiana". Disse que "é preciso combater o privilégio", e que "o exemplo deve vir de cima". Criticou a proposta de aumento de salário para parlamentares e terminou falando sobre as mulheres: "Enquanto as mulheres trabalharem mais do que os homens, eu acho que elas devem se aposentar primeiro". "Quando mudar a cultura, aí a gente pode até discutir esse tema". 

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