Fernando Haddad (PT) e Maria Silva (Rede) fizeram 'jogo de empurra' sobre responsabilidade por governo Temer - Reprodução/ Youtube
Fernando Haddad (PT) e Maria Silva (Rede) fizeram 'jogo de empurra' sobre responsabilidade por governo TemerReprodução/ Youtube
Por O Dia

Rio - Fernando Haddad e seu partido, o PT, foram os principais alvos dos adversários no debate promovido pelo SBT em parceria com o portal UOL e o jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira, em Osasco (SP). Jair Bolsonaro (PSL) não participou do debate por estar internado se recuperando do atentado sofrido no último dia 6 em Juiz de Fora. Líder nas pesquisas, o ex-capitão do Exército foi poupado dos adversários. O governo Temer também foi criticado pelos presidenciáveis.

O capitão da reserva só foi citado por Ciro Gomes (PDT), ao se propor como uma via contra a polarização entre PT e PSL, e por Guilherme Boulos, que atacou falas machistas do deputado federal. O candidato do PSOL foi quem assumiu a postura de mais enfrentamento contra os adversários.

Logo na primeira pergunta, Boulos disse que foi professor em São Paulo durante o governo de Alckmin. Na gestão tucana, ele criticou a falta de recursos nas escolas, a tentativa de remanejar estudantes - que provocou ocupações de escolas em 2016 - e provocou: ‘ cadê o dinheiro da merenda?’, em referência às investigações sobre desvios de dinheiro para merenda escolar no Estado de São Paulo.

“O sentimento dos povos nas ruas, Alckmin, é que você é o Sérgio Cabral que não foi preso”, disparou.

“Olha, esse é o nível do candidato à Presidência da República. Eu tenho 40 anos de vida pública, sempre trabalhei, não fui desocupado, não invadi propriedade, não tenho nenhuma condenação. A merenda escolar fomos nós que descobrimos”, defendeu-se Alckmin. O ex-governador exaltou os índices e a rede de educação em São Paulo.

O candidato Fernando Haddad (PT) se afirmou como advogado do ex-presidente Lula, que, segundo ele, está preso injustamente. O ex-prefeito de São Paulo disse que coordenou o programa de governo do ex-presidente e disse que vai ser fiel a ele, para responder à crítica de que estaria sendo um candidato supervisionado da prisão.

Haddad marcou que foi ex-ministro da Educação no governo Lula para reforçar que conhece o país. Ele elencou como prioridades de seu eventual governo a geração de emprego e a ampliação de acesso à Educação.

Em outro momento de embate, Haddad e Marina trocaram acusações sobre quem havia colocado Temer (MDB) no poder. O petista perguntou se a candidata concordava com a terceirização de atividades-fim e com a PEC do Teto de Gastos. Marina disse discordar e falou que era essencial retomar a credibilidade para retomar o emprego.

“Não defendo esse teto (de gastos) que foi feito pelo Temer que foram vocês, do PT, que se juntaram com ele para poder afundar o Brasil”, disse.

Haddad retrucou: “Quem botou o Temer lá foram vocês. O Temer traiu a Dilma e não conseguiria chegar à Presidência se não fosse o apoio da oposição. Você participou deste movimento pelo Impeachment”.

Na tréplica, Marina chamou a postura de Haddad de dois pesos e duas medidas, dizendo que na campanha eleitoral o petista ‘pediu bençãos’ ao senador Renan Calheiros, que também apoiou o Impeachment, o que foi ignorado pelo petista.

O candidato Ciro Gomes foi direto do Hospital Sírio Libanês - onde estava internado após passar por procedimento cirúrgico na próstata na terça-feira - para o debate. Ele pediu votos aos indecisos contra a polarização entre Bolsonaro e Haddad. “O Brasil não aguenta mais essa polarização.”

O ex-governador do Ceará acusou o PT de ter criado o Bolsonaro e disse que, se eleito, prefere governar sem o Partido dos Trabalhadores. “O PT, nesse momento, representa uma coisa muito grave para o país, menos pelos benefícios, que não foram poucos, que produziu, mas mais porque se transformou em uma estrutura de poder odienta que criou o Bolsonaro, essa aberração", disse o pedetista, que também disse rejeitar participação do MDB em seu governo.

Participaram do debate Guilherme Boulos (Psol), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB), Alvaro Dias (Podemos) e Fernando Haddad (PT).

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