Enfermeira Rejanedivulgação
Por O Dia
Publicado 30/09/2018 03:00

Rio - Apesar de 51,5% da população brasileira ser feminina e o voto das mulheres representar 52% de todo o eleitorado do país, elas são apenas 10% do Legislativo. A porcentagem deixa o Brasil na 152ª posição no ranking de representação feminina de um levantamento feito em mais de 180 nações pela União Interparlamentar (UIP), organização internacional dos parlamentos dos Estados soberanos.

Nesta eleição, as candidaturas femininas foram 8.435, do total de 27.485 pedidos de registros encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a Justiça Eleitoral, a maioria das candidatas se declara branca (51,7%) e parda (33,4%). A maior parte tem entre 45 e 49 anos e nível superior completo.

Fora a baixa representatividade, ainda há falta de apoio dentro dos partidos: 20 das 34 legendas que disputam as eleições e usam recursos do fundo eleitoral repassaram até agora menos de um terço da verba para candidaturas de mulheres que lideram suas campanhas. O cálculo, que tem como base as prestações de contas feitas pelos candidatos à Justiça Eleitoral, não considera os repasses para as vices e as suplentes de senador, que estão sendo levados em conta pelos partidos para cumprir a cota de 30% de financiamento das candidaturas femininas.

Apesar disso, para especialistas, é o voto feminino que decidirá quem vai sair vencedor nas urnas. "Em eleições apertadas, como foram as das últimas duas décadas, as mulheres dão a palavra final. É o que mostram pesquisas qualitativas", afirma a socióloga Fátima Pacheco Jordão, do Instituto Patrícia Galvão.

As herdeiras de Marielle

Seguindo os passos profissionais de Marielle Franco, vereadora do Psol assassinada em março, três de suas assessoras se lançaram candidatas a deputada estadual.

Renata Souza (Psol), 36 anos, se identifica nas redes sociais como ex-chefe do gabinete de Marielle. Ela decidiu se candidatar após a morte da vereadora, a quem conhecia há 18 anos, desde o pré-vestibular. Estudando juntas, ambas conseguiram bolsa integral para estudar na PUC: Renata fez Jornalismo, Marielle, Ciências Sociais.

"É claro que a morte da Marielle foi um ponto de corte para a candidatura de mulheres negras. O assassinato representou uma ameaça à democracia", afirmou. No entanto, diz que a motivação principal é continuar o trabalho de Marcelo Freixo (Psol) na Alerj. "Se herdei algo é o desafio da continuidade", disse.

Daniela Monteiro e Mônica Francisco também buscam uma vaga na Alerj.

Atualmente, na Alerj, duas mulheres declaram lutar pela causa de mulheres negras: Tia Ju (PRB) e Enfermeira Rejane (PCdoB). Na Câmara dos Deputados são quatro entre 513 uma representação de 0,7% para um contingente populacional de 25,3%. No Senado, há apenas uma mulher negra, Regina Sousa (PT), entre 81 parlamentares.

Na Internet

Aplicativos e sites ajudam a encontrar o perfil de candidatas mulheres para essa eleição:

- Apartidárias 2.0

Mapeia e divulga as candidaturas de mulheres nas eleições deste ano.

- #MeRepresenta

A plataforma online é organizada por coletivos de mulheres, negros e LGBT que lutam pela igualdade e diversidade. O sistema auxilia na escolha do voto.

- A Candidata

O projeto tem como objetivo aumentar o número de mulheres em cargos políticos, educando-as e estimulando-as a se candidatar. Também mostra o avanço promovido pelas mulheres eleitas em anos anteriores.

- Vote Nelas

Apresenta dados e perfis do universo feminino, inclusive sobre violência contra mulher, e apoia causas feministas.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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