WIlson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) - Reprodução/ Facebook
WIlson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM)Reprodução/ Facebook
Por O Dia

RIO - Os candidatos ao governo do Rio Wilson Witzel (PSC) e Eduardo Paes (DEM) trocaram mais acusações do que propostas no segundo enfrentamento direto entre os dois nesta quarta-feira. No debate realizado pelos jornais O Globo, Extra e pela revista Época, no Centro do Rio, a influência do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) nas campanhas, esquemas de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral e Segurança Pública foram os temas centrais.

Em sua primeira pergunta, o candidato do DEM abordou a ameaça que fez seu adversário deixar a atividade que cumpria no Espírito Santo. Mais uma vez, ele perguntou como o candidato do PSC pretendia enfrentar o crime organizado no Rio se teria demonstrado medo em outro estado. O questionamento já havia sido feito no primeiro debate entre os dois, realizado na Casa Firjan e transmitido pela TV Bandeirantes, na última quinta-feira (11).

"O Espírito Santo é um estado extremamente violento, tomado pelo tráfico de drogas. Fui juiz lá na vara criminal e coloquei muita gente na cadeia, políticos. Em momento nenhum eu fui intimidado, não tenho medo de ser intimidado, tanto que fiquei mais dois anos. A decisão de vir ao Rio foi profissional. Se tivesse sido intimidado eu sairia imediatamente", respondeu o ex-juiz federal.

Eduardo Paes disse que o Witzel não respondeu como enfrentaria o crime no Rio. O democrata voltou a relacionar o ex-juiz ao advogado do traficante Antonio Francisco Lopes, o Nem da Rocinha, o que também fez no primeiro debatem, na Firjan.

Witzel retrucou que quem tem um 'presidiário de estimação' é Paes, referindo-se a Sérgio Cabral. O ex-juiz voltou a afirmar que o advogado Azenha não faz parte de sua campanha. "Você, mais uma vez, está produzindo uma fake news", disse.

"Você amarelou, fugiu e veio para o Rio para uma vara de execução fiscal. Você é um genérico do Bretas e do Moro", retrucou, referindo-se aos juízes da Lava-Jato Marcelo Bretas,no Rio, e Sérgio Moro, em Curitiba.

Em outra oportunidade, o candidato do DEM chamaria o ex-governador de "criminoso condenado".

Bolsonaro

Wilson Witzel (PSC) nacionalizou o debate em sua pergunta a Paes (DEM) cobrando a posição do ex-prefeito na disputa presidencial. O democrata reforçou sua posição de neutralidade.

"O deputado Jair Bolsonaro já disse que não tem candidato ao governo do estado, que você colou em Flávio Bolsonaro (PSL). Questionado, em um vídeo, ele nem te conhece", respondeu.

Posteriormente, Paes acenou aos eleitores de Bolsonaro ao ser perguntado pelo colunista Lauro Jardim. Ele não respondeu com qual presidenciável tinha mais afinidade programática, mas elogiou trechos do programa do militar da reserva.

"Bolsonaro tem agenda importante na segurança pública, que é importante para nós. Nessa agenda prioritária a gente se aproxima. Não me aprofundei muito nas agendas econômicas (dos candidatos). A agenda colocada pelo Paulo Guedes (assessor econômico de Bolsonaro) é a agenda daquilo em que acredito: mais liberal, mais concessões, mais PPPs. No campo econômico, daquilo que a gente entende como prioridade para o país, tenho identidade maior com a agenda do Bolsonaro."

Segurança

Witzel também fez referências ao presidenciável. O ex-juiz foi perguntado pela âncora do CBN RIO, da Rádio CBN, sobre suas afirmações de que, se eleito, dará autorização para a polícia “abater” criminosos que portem fuzis. Ele disse que o programa de Segurança Pública será mais amplo do que o enfrentamento.

"É a pior solução, mas às vezes será necessário. A prioridade será o combate à lavagem de dinheiro. Não vai aumentar (o número de mortes de moradores nas operações). Hoje, a Polícia Militar já demonstrou, com a intervenção, que (as operações) podem ser aprimoradas e mais cirúrgicas para enfrentar os guetos do crime organizado. Operações como essas precisam de isolamento da área. A intervenção (federal) trouxe essa expertise."

Cabral é criminoso condenado, diz Paes

Witzel acusou o rival de espalhar fake news ao dizer que o deputado federal Jair Bolsonaro não o conhecia. "Eu não tenho presidiário de estimação. Você tem dois: o Lula e o Sérgio Cabral."

Ao obter direito de resposta, Eduardo Paes negou relação com o ex-governador.

" Você diz que eu tenho relação com Sergio Cabral e Lula, que estão presos. Eu não tenho relação com presidiário nenhum. Eu não tenho nenhuma acusação, estou há 25 anos na política, e na política a gente precisa conviver com gente que nem sempre a gente concorda. Eu não tenho casa de praia, iate, nenhum desses benefícios. O Sergio Cabral é um criminoso condenado", disse, após evitar falar sobre o antigo aliado durante esta campanha.

Paes também disse que o ex-governador deve ressarcir o estado do Rio, após ser perguntado pela diretora de redação da revista Época, Daniela Pinheiro, reafirmando que sua relação com Cabral era institucional.

"Nós vivemos no Rio de Janeiro uma espécie de epicentro dessas falcatruas. Todos os operadores foram presos e você não viu ninguém da Prefeitura do Rio com participação ou que fizesse referência a mim. Você não vai ver joias da HStern, da Nathan. Você não vai ver nada disso na minha vida. Eu não me meto no mesmo saco. O CPF é do Sérgio Cabral. Eu ganhei em 2008 dizendo que ia governar com diálogo com o governador e com o presidente. Eu tinha relação institucional (com eles)."

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