Falsas pesquisas utilizam o nome do Datafolha e do Ibope e em seguida pedem o compartilhamento do link - MONTAGEM/AG.ODIA
Falsas pesquisas utilizam o nome do Datafolha e do Ibope e em seguida pedem o compartilhamento do linkMONTAGEM/AG.ODIA
Por MARTHA IMENES

RIO - Em tempo de fake news bombando na internet, todo cuidado é pouco. Não só com a possibilidade de distribuir e acreditar em informações falsas, mas também por compartilhar pelo WhatsApp links maliciosos que roubam dados dos usuários, inclusive senhas bancárias. A última "pegadinha" dos hackers é a campanha eleitoral, que no segundo turno atingiu seu ápice com pesquisas enganosas de intenção de voto com as marcas Ibope e Datafolha. Os institutos negaram que fazem pesquisas via WhatsApp.

Em apenas 24h, sete links falsos foram detectados e 90 mil pessoas tiveram dados comprometidos com a suposta consulta, alerta o laboratório de cibersegurança da Psafe.

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A intenção final do golpe é roubar informações de usuários do aplicativo. Por isso, alerta Emilio Simoni, especialista em cibersegurança, "não compartilhe dados que não sejam checados previamente". E como funciona esse golpe? De acordo com o especialista, assim que o link malicioso é acessado, as vítimas entram em uma página que exige o cadastro e o compartilhamento da pesquisa falsa com outras pessoas.

Entre as informações exigidas, estão cidade, estado e candidato que será votado. Ao clicar em links aparentemente inofensivos, o usuário pode instalar um malware (programa que rouba informações como número de documentos, acesso a e-mails, logins e senhas bancárias, por exemplo) no dispositivo.

Para não cair nesse tipo de golpe, é preciso ficar atento aos links recebidos e ao remetente não clicar em endereços recebidos de contatos desconhecidos é a grande máxima. Além disso, se você está com uma dúvida, não insira os seus dados pessoais sem verificar com outra pessoa, pode ser amigo ou familiar.

Em último caso, procure o site oficial de seu banco/empresa/candidato e entre em contato. Vale notar que é interessante contar com uma ferramenta antivírus no smartphone ou computador.

"Sempre desconfie das mensagens que pedem para fazer o compartilhamento com amigos para finalizar o processo em questão ou ganhar alguma coisa", alerta Emilio Simoni, que é diretor do dfndr lab.

'TIPO CORRENTE'

O mecanismo usado em todos os links é sempre muito semelhante. Ao clicar em um deles, o usuário acessa uma página que solicita qual a cidade e qual o estado onde vive o "respondente" e em qual candidato pretende votar. Em seguida, é incentivado a compartilhar a suposta pesquisa com dez amigos/grupos e, assim, é usado como vetor de disseminação da informação falsa.

"O segundo turno das eleições é um momento delicado. Qualquer informação falsa ou duvidosa que surja nesse momento pode afetar a percepção das pessoas em relação às instituições de pesquisa, à mídia e até mesmo aos candidatos. Portanto, é necessário ter muita atenção e cuidado antes de compartilhar qualquer informação que receber via aplicativos de mensagens ou redes sociais", comenta Simoni.

Apesar de não conceder privilégio a nenhum dos candidatos em questão, esse tipo de ação pode influenciar a percepção sobre as pesquisas reais que são divulgadas pela imprensa, gerando desconfiança e dano à credibilidade das informações que são verdadeiras.

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