Tarso Genro protestou ao ser impedido de dar aula pública em universidade: 'Proferi conferências em Universidades da França, Inglaterra, Portugal, Espanha, Alemanha, Argentina e aqui, mesmo na ditadura'  - Reprodução/ Facebook
Tarso Genro protestou ao ser impedido de dar aula pública em universidade: 'Proferi conferências em Universidades da França, Inglaterra, Portugal, Espanha, Alemanha, Argentina e aqui, mesmo na ditadura' Reprodução/ Facebook
Por O Dia

Rio - O ex-prefeito de Porto Alegre e ex-ministro do PT Tarso Genro disse que foi censurado nesta quarta-feira. A declaração foi feita no Twitter. Ele disse que teve uma aula aberta sobre fascismo na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) vetada.

"Dei aulas, proferi conferências em Universidades da França, Inglaterra, Portugal, Espanha, Alemanha, Argentina e aqui, mesmo na ditadura. Respeitei sempre os protocolos legais dessas casas de ensino. Hoje, censurado para falar na UFRGS, no RS que governei. Fascismo cresce", escreveu.

O evento “Contra o Fascismo. Pela democracia! Boulos na UFRGS”, que também contava com a presença do presidenciável derrotado no primeiro turno Guilherme Boulos (Psol), com a deputada federal Maria do Rosário e com a deputada federal eleita Fernanda Melchionna (Psol), foi realocado. Ele será realizado nesta quinta-feira em um espaço público, conhecido como Brooklin, no vão do viaduto Imperatriz Dona Leopoldina, em Porto Alegre.

"Absurdo! Justiça tenta censurar nosso encontro em Porto Alegre. O EVENTO ESTÁ MANTIDO, COM LOCAL ALTERADO! Vamos sem medo!", escreveu Boulos no evento marcado no Facebook.

Tarso Genro usou o Twitter para criticar a decisão da Justiça. "Se o Judiciário entende que proferir uma aula "aberta" numa Universidade - sobre o fascismo - é ataque a um candidato numa eleição presidencial, é porque ele reconhece que está concorrendo um fascista, que então deve ser protegido de uma crítica procedente. E esse não é o Haddad", disse.

Em nota, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul informou que o evento não foi promovido pela Universidade, mas por alguns segmentos ligados à instituição. "Tão logo tomou conhecimento do fato, a Administração Central da Universidade entrou em contato com os apoiadores do evento a fim de comunicar a impossibilidade de realização do mesmo em suas dependências, em conformidade com a legislação vigente", diz a nota.

"De acordo com o documento “Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em eleições 2018”, da Advocacia Geral da União, no item 9.2.1 Cessão e utilização dos Bens Públicos: é vedada a cessão de bens móveis pertencentes à administração Direta ou Indireta da União para atividades de campanha eleitoral", acrescenta a UFRGS.

No Rio, Justiça Eleitoral retiram bandeira antifascismo da UFF

Alunos do curso de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF) organizam, nesta quarta-feira, uma manifestação contra uma conduta do Tribunal Regional Estadual (TRE) apontada como arbitrária pela universidade, localizada em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

Segundo a instituição, que realizou um registro de ocorrência administrativo, na noite desta terça-feira, agentes uniformizados da Fiscalização Eleitoral entraram na universidade, sem identificação, e alegaram que cumpriam um "mandado verbal" expedido pela juíza Maria Parecida da Costa Bastos, que se fundamentava em propaganda eleitoral "irregular" e "negativa".

O boletim de ocorrência administrativo indica que os fiscais entraram em palestras na Faculdade de Direito e, acompanhado de professores, interromperam aulas e visitaram a sala onde funciona o Centro Acadêmico Evaristo da Veiga, que foi fotografado. O registro ressalta a todo momento que os fiscais não apresentaram esclarecimentos e motivações sobre a ação e se respaldaram no "mandado verbal". 

A reportagem do DIA aguarda retorno do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul.

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