Governador eleito Wilson Witzel (PSC) foi à missa celebrada por Dom Orani Tempesta no domingo de eleições - Maíra Coelho / Agência O Dia
Governador eleito Wilson Witzel (PSC) foi à missa celebrada por Dom Orani Tempesta no domingo de eleiçõesMaíra Coelho / Agência O Dia
Por O Dia

Rio - O ex-juiz federal Wilson Witzel (PSC), de 50 anos, foi eleito governador do Estado do Rio de Janeiro com 59,87% dos votos válidos neste domingo. Eduardo Paes (DEM), que liderou todas as pesquisas e foi favorito durante a campanha do primeiro turno, obteve 40,13% dos votos válidos. O vereador Cláudio Castro (PSC) é o vice-governador eleito.

Wilson Witzel surpreendeu ao ser o candidato mais votado no primeiro turno, com 41,28% dos votos válidos. Até a divulgação das pesquisas de intenção de votos na véspera do primeiro turno, Witzel era um improvável candidato capaz de alcançar voos mais altos nesta eleição para o governo do Rio. Desde o início da campanha, o ex-juiz aparecia apenas entre os últimos colocados na briga para comandar o Palácio Guanabara.

O candidato do PSC, nos últimos dias de campanha, perdeu espaço para o adversário Eduardo Paes nas pesquisas.

O ex-juiz federal declarou voto em Jair Bolsonaro (PSL) e viu a popularidade disparar ao aproximar a sua imagem na do ex-capitão da reserva e participando de atos de campanha com o senador eleito pelo Rio Flavio Bolsonaro (PSL). Com a estratégia, Witzel disparou nas pesquisas, mesmo após o ex-capitão do Exército ter declarado neutralidade na eleição estadual.

Wilson Witzel adotou o discurso da família Bolsonaro. Como prioridade, caso eleito, pretende combater a corrupção e a criminalidade. Promete realizar uma força-tarefa contra as milícias e o narcotráfico. O ex-juiz defendeu ainda o 'abate' de traficantes armados com fuzil em confrontos com a política. Ele chamou a atenção quando ameaçou dar voz de prisão a Paes nos debates caso o adversário cometesse crime de injúria.

"No meu governo, faremos o uso da força e vamos abater quem estiver de fuzil nas comunidades, mas com operações pensadas, elaboradas", disse ele em entrevista ao DIA no último dia 3. 

Witzel foi acusado por Paes de ter ligação com o advogado Luiz Carlos Azenha, homem que tentou ajudar na fuga do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico na favela da Rocinha, na Zona Sul, e com Pastor Everaldo, presidente do PSC e também citado na Lava-Jato.Wilson Witzel nunca havia se candidatado a cargo eletivo. Ele tem no currículo passagens pela Marinha, Defensoria Pública e pelo Instituto de Previdência do Município do Rio (Previ-Rio). Durante 17 anos, foi juiz federal e participou de casos como o escândalo do propinoduto. Deixou a magistratura em março. É professor e ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Rio e do Espírito Santo. Natural de Jundiaí (SP), vive no Rio desde a juventude.

Paes centrou fogo ainda no fato de Witzel ter deixado uma vara criminal no Espírito Santo após ter recebido ameaças de morte e de receber auxílio-moradia como juiz mesmo sendo proprietário de um imóvel.

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