Fernando Haddad fala ao telefone para a Rádio Jornal Meio Norte, do PiauíReprodução Twitter
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Publicado 16/10/2018 18:09 | Atualizado 16/10/2018 18:09

Piauí - Um dia depois de o senador eleito Cid Gomes (PDT-CE) se envolver em uma discussão com militantes do PT ao cobrar um 'mea culpa' do partido, o candidato da sigla ao Planalto, Fernando Haddad, disse acreditar que o político vai dar uma declaração explícita de apoio a ele até o dia 28.

"Vamos ter o Cid dando uma declaração explícita sobre a minha candidatura porque ele sabe o risco do (Jair) Bolsonaro ser presidente", disse Haddad à Rádio Jornal Meio Norte, do Piauí.

Ontem à noite, após elogiar Haddad, Cid Gomes afirmou em evento em Fortaleza que membros do PT "têm de pedir desculpas, têm de ter humildade, e reconhecer que fizeram muita besteira". Ele foi vaiado pela militância, que o interrompeu aos gritos de "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula". "Lula tá preso, ô babaca. Babaca, babaca. Isso é o PT. E o PT deste jeito merece perder", disse o senador eleito, ex-governador do Ceará e ex-ministro da Educação

Questionado sobre se espera o apoio também de Ciro Gomes, que conquistou 13,3 milhões de votos no primeiro turno, Haddad afirmou crer que "estes dois grandes brasileiros assumam a responsabilidade com o País".

Em um sinal de afago aos irmãos Ferreira Gomes, Haddad citou várias vezes o Ceará como exemplo de política pública nas áreas de educação. "Tem cidades do Sul e do Sudeste copiando exemplos do Ceará", afirmou, em uma das passagens.

Lula

O candidato do PT voltou a dizer que se for eleito não vai dar indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato.

"Eu acredito que Lula vai ser absolvido no recurso que ele impetrou na Justiça. Muitos juristas brasileiros veem problemas na condenação dele. Eu acredito que tribunais superiores vão rever a decisão do (juiz federal Sérgio) Moro", afirmou.

Na entrevista, Haddad disse que deseja "resgatar um projeto de desenvolvimento que deu certo e corrigir os erros que deram errado" e agradeceu ainda ao povo do Nordeste, que, segundo ele, deram a oportunidade de ele estar no segundo turno.

Bolsonaro

O petista acusou o concorrente dele, Jair Bolsonaro (PSL), de não conhecer bem o Nordeste. Na entrevista, ele disse ainda que o deputado federal "deve ter ido muito raramente" à região.

"Eu rodei o Nordeste inaugurando escolas técnicas e universidades, todo o Nordeste. Por isso, eu digo que as pessoas desconhecem o que ocorreu no Nordeste. As pessoas acham que foi apenas o Bolsa Família responsável pelo desenvolvimento do Nordeste. Isso é desconhecimento", afirmou o candidato.

Haddad também relacionou o aumento da criminalidade no Nordeste ao avanço de facções criminosas de outras regiões, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. "Por isso, nós temos de nacionalizar o combate ao crime organizado", afirmou.

O candidato do PT afirmou ainda que seu adversário tem de parar de "distribuir mentiras por Facebook e WhatsApp". "Se você recebeu alguma notícia pelo celular e não é da rádio, de um veículo da sua confiança, não repasse", apelou, aos ouvintes.

Comentando a decisão do ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou a retirada de vídeos que relacionam Haddad ao chamado "Kit gay", o candidato petista relativizou.

"Nem sempre tirar do ar você repara a calúnia que meu adversário fez por mim e minha família", afirmou.

Equipe econômica

O candidato do PT reafirmou, na entrevista, que, em caso de ser eleito, vai demitir a equipe econômica do presidente Michel Temer. Mais cedo, ele havia feito um tuíte comentando o assunto

"Disse que demitiria equipe econômica do Temer porque minha equipe teria outro perfil. O meu Ministério da Fazenda não vai ter banqueiro, porque banqueiro não está comprometido com o emprego", afirmou o candidato.

Haddad reafirmou ainda que as prioridades do governo dele serão o "emprego e a educação".

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