Rio - Após passar a terça-feira sem cumprir agenda externa de campanha, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, foi a Arquidiocese do Rio, na Glória, na Zona Sul da capital, na manhã desta quarta-feira. O candidato se encontrou com o cardeal arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, para assumir compromissos contra o aborto e legalização das drogas. No fim, Bolsonaro prestou continência ao religioso.
"Assumimos o compromisso em defesa da família, em defesa da inocência da criança, em defesa da liberdade das religiões, contrários ao aborto, contrários à legalização das drogas", disse Bolsonaro. "Ou seja, o compromisso que está no coração de todo brasileiro de bem."
Bolsonaro afirmou ainda que "não queremos mais flertar com o desconhecido ou com aquilo que não deu certo em lugar nenhum do mundo". Por fim, ele declarou que "esse compromisso, mesmo estando em papel, já estava em nossos corações".
Após visitar Dom Orani, Jair Bolsonaro foi à sede da Polícia Federal, no Centro do Rio. Na segunda-feira, dia 15, ele já havia estado no Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Nota na CNBB repreendia candidato que dissemina violência
Em setembro, o texto 'Votar com lucidez' foi publicado no site da regional sul da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Sem citar o nome de Bolsonaro, o texto assinado por Dom Reginaldo Andrietta, bispo de Jales (SP), critica eleitores que se aliam a um candidato que dissemina violência. Segundo o bispo, este e outros candidatos usam o nome de Deus em vão, o que é censurado na Bíblia, livro sagrado dos cristãos.
"São escandalosas as posturas alienadas de muitos cristãos e as adesões a um candidato à presidência que dissemina violência, ódio, racismo, homofobia e preconceito contra mulheres e pobres. Ele utiliza falsamente as temáticas do aborto, gênero, família e ética; faz apologia à tortura, à pena de morte e ao armamentismo; e é réu por injúria e incitação ao crime de estupro.
A CNBB lançou cartilha chamando atenção para a importância da 'convivência democrática, do respeito ao próximo, do pluralismo sadio e do debate político sereno'.
“A polarização de posições ideológicas, em clima fortemente emocional, gera a perda de objetividade e pode levar a divisões e violências que ameaçam a paz social”, diz a CNBB nessa cartilha.