X., de 22 anos, foi agredido na noite desta sexta-feiraArquivo Pessoal
Por O Dia
Publicado 20/10/2018 11:43 | Atualizado 20/10/2018 13:39

Rio - Um estudante de História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) foi agredido na cabeça com uma barra de ferro por um grupo de pelo menos seis homens, enquanto fazia, em companhia de outros alunos, panfletagem para o candidato a presidência, Fernando Haddad (PT), na Praça Lauro Müller, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, na noite desta sexta-feira.

De acordo com relatos de estudantes no Facebook, aproximadamente 10 alunos estavam na praça com panfletos de Haddad. Um dos estudantes começou a distribuir o material e, após algum tempo, escutou gritos de "vai morrer!" e "rala daqui!". Na confusão, um dos agressores teria gritado, segundo postagens no Facebook, o nome de Jair Bolsonaro (PSL).

"De repente, os agressores vieram para cima de mim e me agrediram com socos e uma barra de ferro. Minha vista escureceu e me levaram para o Hospital Souza Aguiar", contou o estudante X., de 22 anos. O jovem foi liberado agora há pouco do hospital. Exames, segundo a direção da unidade, não detectaram nenhuma fratura, além de um grave hematoma no olho direito.  "Estou com medo, pois fui ameaçado de morte", lamentou.

X. afirmou ao DIA que vai se recuperar do trauma, para então decidir se registrará queixa na Polícia Civil, o que, segundo relatos de testemunhas, teria sido "desaconselhado" por policiais militares, acionados pelas vítimas. "Os PMs disseram que era para ´deixarmos isso para lá´, pois, `além de não dar em nada´, poderia ser pior um registro (em delegacia), já que sempre passamos pelo mesmo local diariamente para estudar", diz um dos relatos.

Um outro estudante, também contou que foi agredido. "Um dos homens gritou no meu ouvido: 'rala daqui!', e me deu dois socos nas costas, colocando uma das mãos na cintura, como se estivesse armado, e dizendo que ia nos matar, se a gente não fosse embora", escreveu o rapaz numa rede social.

"Um dos meus amigos o empurrou e quando eu vi, uns seis caras vieram pra cima da gente, primeiramente, em específico, no meu amigo (X.), que é negro. Eles estavam com barra de ferro e acertaram na cabeça dele, além de terem dado um soco nele". A Polícia Militar não tem registro sobre o ocorrido. Já a Polícia Civil orienta que testemunhas procurem a 10ª DP (Botafogo), para que agentes possam tentar identificar os agressores. 

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