Rio - O Facebook anunciou que removeu nesta segunda-feira 68 Páginas e 43 contas associadas ao grupo brasileiro Raposo Fernandes Associados (RFA), por violação de políticas de autenticidade e de spam.
As pessoas por trás da RFA criaram páginas usando contas falsas ou múltiplas contas com os mesmos nomes, o que viola as políticas da empresa. A rede publicava uma grande quantidade de artigos caça-cliques, com o objetivo de direcionar as pessoas para seus sites fora do Facebook. Os sites, por sua vez, têm uma grande quantidade de anúncios programáticos e pouco conteúdo, funcionando como “fazendas de anúncios” (“ad farms”, em Inglês).
Segundo reportagem publicada pelo jornal Estado de São Paulo, o conjunto de páginas da RFA surgiu a partir de um ativismo digital que teve sua ascensão em meio aos protestos de junho de 2013 e da Lava Jato, em 2014, se consolidou no processo de impeachment de Dilma Rousseff e convergiu no apoio a Bolsonaro. As páginas controladas pelo grupo Raposo Fernandes Associados (RFA) tinham mais engajamento na internet do que jogadores e artistas mundialmente famosos, como Neymar, Anitta e Madonna.
A rede administra endereços como Apoio a Jair Bolsonaro e, durante a divulgação dos resultados do primeiro turno, comemorou nas páginas vitórias como a dos candidatos Eduardo Bolsonaro e Janaina Paschoal, ambos do PSL.
O Facebook explicou que a atividade de spam das páginas usava conteúdo sensacionalista político para construir uma audiência e direcionar tráfego para seus sites fora do Facebook, ganhando dinheiro cada vez que uma pessoa visita esses sites.
A rede social afirmou que removeu as páginas pelo comportamento delas – como o fato de que estavam usando contas falsas e repetidamente publicando spam -, e não pelo conteúdo que estavam postando. "Esse comportamento foi detectado no Facebook, e não há sinais de abuso em nossos outros aplicativos", diz em nota.
"Autenticidade é algo fundamental para o Facebook, porque acreditamos que as pessoas agem com mais responsabilidade quando usam suas identidades reais no mundo online. Por isso, exigimos que as pessoas usem seus nomes reais e também proibimos spam, uma tática geralmente usada por pessoas mal intencionadas para aumentar de maneira artificial a distribuição de conteúdo com o objetivo de conseguir ganhos financeiros", diz a nota.
Em julho deste ano, o Facebook removeu uma rede com 196 páginas e 87 perfis no Brasil que violavam as políticas de autenticidade da empresa. A rede era usada para disseminar notícias falsas pelo grupo ativista Movimento Brasil Livre (MBL).
O Facebook disse que remover comportamentos que violem os Padrões da Comunidade é um trabalho contínuo. "Estamos atuando arduamente para garantir a integridade da plataforma, com especial atenção em períodos eleitorais", afirma.