
Brasília - O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira que o presidente Michel Temer “sabe o que fazer” em relação ao reajuste dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e procuradora-geral da República. Anteriormente, Bolsonaro disse que se ele fosse o presidente da República, vetaria o reajuste.
Bolsonaro lembrou que Temer tem prazo para definir a questão e indicou que não fará qualquer tipo de apelo ao presidente Temer. "Ele sabe, é uma pessoa responsável, não precisa de apelo, ele sabe o que tem que fazer, se vai fazer, compete a ele", disse o presidente eleito, após visitar o Superior Tribunal Militar (STM).
Segundo ele, o tema é assunto de preocupação no governo eleito. "Está nas mãos do Michel Temer. É motivo de preocupação, já estamos com um déficit enorme pro ano que vem e é mais um problema que a gente vai ter."
O aumento foi aprovado no último dia 7 pelo Senado e reajusta de de R$ 33,7 mil para R$ 39 mil, gerando efeito cascata sobre os funcionários do Judiciário e abre caminho também para um possível aumento dos vencimentos dos parlamentares e do presidente da República.
Perguntado sobre a reunião com ministros do Supremo Tribunal Eleitoral, Bolsonaro disse que se colocou à disposição dos ministros para trabalhar em um novo sistema eleitoral. O presidente eleito levantou suspeita sobre o sistema eletrônico de votos no Brasil durante a campanha à Presidência. Ele não comentou as falhas apontadas em suas contas pelo órgão.
Bolsonaro vai manter Trabalho com status de ministério
O presidente eleito Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira que a pasta do Trabalho será mantido com o status de ministério. A afirmação ocorre depois de ele ter anunciado que a pasta seria extinta. "Vai continuar com o status de ministério, não vai ser secretaria", disse o presidente eleito depois de visitar o Superior Tribunal Militar (STM).
Mais cedo durante visita ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), Bolsonaro afirmou que a estrutura do ministério será absorvida por outra pasta, mas não indicou qual.
"Eu não sei como vai ser, está tudo com Onyx Lorenzoni (ministro extraordinário da transição) e mais algumas pessoas que trabalham nessa área, e temos tempo para definir”, disse o presidente eleito. “A princípio é o enxugamento do ministério, ninguém está menosprezando o Ministério do Trabalho, está apenas sendo absorvido por outra pasta."
Bolsonaro negou que o Ministério do Trabalho será agregado à Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) no futuro Ministério da Economia. “Indústria e comércio está lá no superministério do Paulo Guedes, botar mais o Trabalho lá acho que fica muito pesado."
O presidente eleito deixou o STF e seguiu de helicóptero até o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde está a equipe de transição para o novo governo. De acordo com assessores, ele ficou apenas alguns minutos no local e foi para o apartamento funcional na Asa Norte.