Rio - O embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, visitou o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) na manhã desta segunda-feira para tratar do futuro da relação entre os dois países e discutir a situação do ativista italiano Cesare Battisti, de 63 anos, condenado no país europeu por terrorismo. Bernardini deixou o condomínio onde Bolsonaro mora, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, demonstrando satisfação pelo encontro.
"O caso Battisti é muito claro. A Itália está pedindo a extradição do Battisti, o caso agora está sendo discutindo no Supremo Tribunal Federal e esperamos que o Supremo tome uma decisão no tempo mais curto possível", disse Bernardini.
O embaixador não quis antecipar se Bolsonaro fez alguma promessa sobre o caso, mas destacou que o presidente eleito "tem ideias muito claras sobre Battisti". Bolsonaro já declarou que pretende autorizar a extradição do italiano.
Condenado na Itália por terrorismo e quatro assassinatos, Battisti vive em São Paulo. Em dezembro de 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição de Battisti, em decisão no último dia do mandato do petista.
Segundo Antonio Bernardini, o encontro também serviu para reafirmar as boas relações entre os dois países. "Temos uma presença no Brasil que é histórica. É claro que estamos olhando para o futuro para aumentar a presença italiana no Brasil", afirmou o embaixador.
Antes dele, uma comitiva chinesa - composta pelo embaixador Li Jinzhang, pelo ministro Song Yang, pelo ministro conselheiro Qu Yuhui e pela tradutora Liu Xiyuan -, também visitou Bolsonaro por cerca de uma hora. O grupo saiu sem dar declarações.
No encontro com Bolsonaro, o embaixador entregou uma carta enviada pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella. O diplomata lembrou que Bolsonaro é de origem italiana e que ambos tiveram uma conversa “muito simpática”.
O presidente eleito Jair Bolsonaro deve passar esta segunda-feira em casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
No final da manhã, está prevista uma transmissão ao vivo com a Universidade Albert Einstein, vinculada ao hospital de mesmo nome, no qual o presidente eleito foi operado pela segunda vez e ficou internado, após a agressão a faca em Juiz de Fora, Minas Gerais.
As informações foram divulgadas pela equipe de Bolsonaro.
Apesar do vento frio, alguns simpatizantes estão do lado de fora do condomínio à espera da saída do presidente eleito, aguardando por um aceno e para vê-lo de perto. No sábado (3) uma senhora ficou em pé, por mais de uma hora, para entregar um buquê de flores para Bolsonaro.
A previsão é que na terça-feira Jair Bolsonaro embarque para Brasília, em um jato da Força Aérea Brasileira (FAB), acompanhado de 14 pessoas. Na comitiva estarão o vice-presidente eleito Hamilton Mourão e o economista Paulo Guedes, confirmado para o superministério da Economia.
*Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil