Marcelo Crivella afirmou não ver nas ruas a rejeição de 55% apontada em pesquisa de voto do Ibope - Divulgação / Edvaldo Reis
Marcelo Crivella afirmou não ver nas ruas a rejeição de 55% apontada em pesquisa de voto do IbopeDivulgação / Edvaldo Reis
Por O Dia

Rio - Temas como saúde e educação estiveram entre os mais comentados pelos candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro durante a primeira semana de Horário Eleitoral Gratuito. O próprio candidato à reeleição, Marcelo Crivella (Republicanos), usou a questão da saúde pública como tema de seu horário político, apesar de ter recebido críticas de seus concorrentes nos programas deles.

Crivella chegou a, durante a semana, criar um 'RJ TV' particular em que uma dupla de apresentadores afirmava que ia "mostrar a verdade que essa emissora nunca mostrou sobre Crivella". Na sequência, questionaram as notícias dos telejornais sobre a saúde do Rio.

"Lembram que falavam que a saúde do Rio estava um caos e que hospitais que estavam funcionando estavam fechados?", perguntou a dupla, antes de afirmar que "o Rio tinha todos os equipamentos e um hospital de campanha com mais de 500 leitos", entre outras afirmações, incluindo também a questão dos 27 tomógrafos e do empréstimo de equipamentos para outras cidades.

Já Martha Rocha (PDT) se declarou "presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (Alerj) e da comissão que fiscalizou os gastos durante a pandemia, e que denunciou os devios de dinheiro público que levaram a esse impeachment (de Wilson Witzel, governador afastado)", afirmou, dizendo também que são esquemas "que acontecem nas prefeituras". Em boa parte dos programas, a candidata preferiu falar apenas sobre suas origens no subúrbio.

O tema "fila do Sistema de Regulação (Sisreg)" apareceu bastante nos horários políticos, além da questão das Organizações Sociais. Eduardo Paes (DEM) recordou que 2020 foi um ano difícil para os cariocas por causa do coronavírus. "Famílias perderam avós, avòs, pais e filhos. Temos a metade da população de São Paulo mas tivemos quase o mesmo número demortes. As UPAs estão destrúidas, os hospitais nunca tiveram agendamento, a fila do Sisreg triplicou depois que deixamos a prefeitura", contou.

Benedita da Silva (PT), que tem como vice uma enfermeira, Rejane, afirmou logo em seu primeiro programa ser preciso melhorar a a assistência básica e a rede do Sistema Único de Saúde (SUS). As candidatas criticaram o modelo de marcação de consultas e cirurgias pelo Sisreg e denunciaram haver 300 mil pessoas na fila, com problemas de fiscalização.

Luiz Lima (PSL) falou também do assunto e se disse "o primeiro a denunciar a corrupção do governo Witzel", falando sobre superfaturamento na contratação de OS's. Paulo Messina (MDB) afirmou que os contratos com elas devem ser terminados, porque representam o repasse de dinheiro para empresas. Renata Souza (Psol) disse que a pandemia mostrou a importância do SUS na vida dos mais pobres e anunciou que iria contratar 1.800 profissionais para o programa Saúde da Família

Educação e economia

Benedita propôs criar um programa de renda básica carioca e a moeda social carioca (uma ideia que ela diz ter vindo da prefeitura de Maricá). A questão da corrupção apareceu bastante em vários horários, inclusive no de Crivella, que diz ter recebido da antiga gestão uma dívida de R$ 15 bilhões. "A receita caiu quase R$ 10 bilhões, os empréstimos chegaram R$ 5 bilhões", afirmou o prefeito e candidato à reeleição, que trocou o slogan "cuidar das pessoas" pelo "desistir jamais". Paulo Messina (MDB) falou sobre educação e disse que tanto Eduardo Paes quanto Crivella haviam causado problemas para quem tem filho em creche da prefeitura. "Eles não têm filho na escola pública, um preferiu dar dinheiro para empreiteiras e o outro foi incompetente com o dinheiro público", disse.

Bolsonaro

Dois candidatos usam a imagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em sua campanha. Luiz Lima, logo no primeiro programa, falou de sua ligação com o presidente, por ter sido eleito deputado federal em 2018 ao lado dele e ter sido convocado para ser vice-líder na câmara, por sua lealdade a ele. Em seus programas, alfinetou bastante o prefeito Crivella, dizendo que a prefeitura tem que ser para todos, e não apenas para "os amigos do prefeito".

Já Crivella também usou bastante a imagem do presidente, inclusive num programa em que Bolsonaro aparecia chamando a atenção para "as coincidências entre eles" e em que o prefeito dizia que o que movia ele era "o mesmo sentimento que Bolsonato teve quando acordou esfaqueado na UTI".

 

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