Candidata à Prefeitura do Rio pelo PT, Benedita da Silva, no Catete - Wagner da Silva
Candidata à Prefeitura do Rio pelo PT, Benedita da Silva, no CateteWagner da Silva
Por O Dia
A candidata à Prefeitura do Rio pelo PT, Benedita da Silva, este, na manhã desta quinta-feira, no Catete, Zona Sul, e fez a seguinte declaração: “O presidente Jair Bolsonaro não reúne mais condições para governar o Brasil, pois não tem ética, postura, nem moral para estar à frente de uma nação como essa".

Benedita reagiu à frase de Bolsonaro de que o Brasil é um "país de maricas" e também à denúncia de injúria racial contra o advogado Frederick Wassef, ex-advogado do senador Flávio Bolsonaro.

Wassef foi acusado de ter usado termo racista contra a funcionária de uma pizzaria no Distrito Federal.

“Já não é sem tempo de dar um basta nesse governo racista do Bolsonaro e seus aliados. Eles se multiplicam a cada dia, praticando com naturalidade o racismo quando o mundo inteiro está negando essa questão, unido contra essa perseguição ao povo negro, ao povo indígena e aos quilombolas", disse Benedita no Largo do Machado, onde conversou com camelôs e moradores de rua.

Benedita também protestou contra o que chamou de homofobia de Bolsonaro, ao dizer que o Brasil é um "país de maricas". O presidente disse isso em pronunciamento oficial, referindo-se aos cuidados da população para não ser contaminada pelo novo coronavírus, doença que já matou mais de 160 mil brasileiros. 

"Como se isso (chamar os brasileiros de maricas) fosse ofender alguém na sua dignidade. Ele é um preconceituoso, machista, racista também, e não podemos nos calar. Então (é maricas) um brasileiro que não quer cometer um crime, que não quer se suicidar, como ele quer que o brasileiro se suicide, não tem vacina, absolutamente nada? Não! Abaixo o Bolsonaro", afirmou Benedita.

Segundo Benedita, Bolsonaro "não tem mais nenhuma condição de governar esse país porque o Brasil tem a maioria de mulheres, de negros, de pessoas pobres".

Sobre a expressão "país de maricas", usada por Bolsonaro, Benedita declarou:

“Como presidente da República, ele não pode reduzir o povo brasileiro a uma denominação preconceituosa, não pode passar isso para toda uma nação. Ele não tem ética, postura, moral para estar à frente de uma nação como essa."

Benedita também caminhou pela praça e pela Rua do Catete, passando em frente ao Palácio do Catete, que foi a sede da Presidência da República até a transferência da capital federal para Brasília. A candidata demonstrou otimismo com o crescimento da campanha nas ruas e disse contar "com o voto do povo" para tirar o prefeito Marcelo Crivella do segundo turno.

"Nossa campanha cresce, tem uma adesão enorme. As pessoas estão vindo e dizendo: vamos chegar lá, no segundo turno, e eu acredito. Nós teremos a primeira oportunidade na cidade do Rio de Janeiro de eleger duas mulheres, trabalhadoras, negras."

Cercada por crianças por onde passa, Benedita disse que "criança é a coisa mais sincera, é a coisa mais pura para fazer questionamento para a gente mesmo".

"Pra falar com político devia ser só criança. Ela vai falando as coisas, abraça quando gosta, quando não gosta não abraça. Tem outra coisa: quando digo que tenho 78 anos de idade, para inimigos e adversários parece que isso depõe contra mim. Mas fiquem sabendo que o pessoal da minha idade vai sair pra votar só porque sou candidata. Então, segura aí que vou chegar no segundo turno", disse Benedita.