Câmara de Vereadores do Rio terá 17 novos mandatos - Divulgação/ CMRJ
Câmara de Vereadores do Rio terá 17 novos mandatosDivulgação/ CMRJ
Por HUGO PERRUSO
Independentemente de quem assumir em 2021, o futuro prefeito do Rio terá de sentar à mesa com os partidos da Câmara dos Vereadores para formar maioria. Com a nova divisão das cadeiras no Palácio Pedro Ernesto, Eduardo Paes (DEM) ou Crivella (Republicanos) não poderá contar apenas com os vereadores eleitos por suas chapas.
Os partidos dos dois candidatos formam as maiores bancadas na Casa, ao lado do Psol, todos com sete vagas. Em relação à disposição atual, o DEM perdeu um vereador, enquanto o Republicanos ganhou um, assim como os psolistas, que prometem ser oposição a quem vencer.
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Com os outros partidos que integram sua chapa (Cidadania, DC, Avante e PL, já que  PV e PSDB não elegeram ninguém), Eduardo Paes contabiliza até o momento 15 vereadores na sua base, com a possibilidade de aumentar com os acordos que fizer nas negociações de apoio no segundo turno. Já Marcelo Crivella contará de início com 14 vereadores, somando os parceiros de coligação (Podemos, PTC, PMN, PP, Patriota e Solidariedade. PRTB não conquistou vaga). 
Por enquanto, a única certeza é que o próximo prefeito vai encontrar uma Câmara com políticos já conhecidos em sua maioria. Afinal, 34 dos atuais vereadores conseguiram a reeleição. A chance de renovação era considerada baixa, como cientistas políticos explicaram a O DIA no último sábado. 
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Com apenas 17 novos vereadores - um a cada três vagas -, a renovação ficou no patamar da eleição de 2016, que teve 33 reeleições. Essa conta ainda tem possibilidade de mudar. Isso porque Lindbergh Farias (PT) foi o nono mais votado, mas não teve os 24.912 votos computados porque sua candidatura foi impugnada pelo TRE-RJ, por conta de uma condenação por improbidade administrativa quando era prefeito de Nova Iguaçu e buscava a reeleição.
Ele foi acusado de se beneficiar de esquema de distribuição de leite com a logomarca da prefeitura. Lindbergh nega a irregularidade e entrou com um recurso no TSE. Caso seja aceito, o candidato poderá assumir uma das três vagas do PT na Câmara dos Vereadores. 
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Outra pequena mudança foi a quantidade de partidos, que subiu de 20 para 22, com Novo e PSL elegendo um candidato cada.
As vagas de vereador do Rio - Arte O DIA
As vagas de vereador do RioArte O DIA
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Divisão dos partidos
Se DEM, Psol e Republicanos conseguiram as maiores bancadas, o Progressista foi quem perdeu mais vagas em relação à disposição atual. Era uma das maiores, com seis vereadores e encolheu para apenas dois. DEM, PDT, Podemos, PSC e Solidariedade também perderam (um cada).
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Já o Avante foi quem mais cresceu, subindo de um representante para três. PL, Psol, PT, PTB e Republicanos ganharam um cada. Enquanto Cidadania, Patriota, DC, MDB, PMN, PROS, PSD e PTC mantiveram o número atual.
 
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Quatro seguem entre os mais votados
De novo Tarcísio Motta (Psol) e Carlos Bolsonaro (Republicanos) ficaram no topo entre os mais votados. Desta vez, com as posições trocadas em relação a 2016.
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Com 86.243 votos, Tarcísio ficou em primeiro lugar, próximo ao que obteve em 2016 (90.473). Já Carlos Bolsonaro teve 35.657 a menos do que há quatro anos: 71 mil. Além dos dois, Cesar Maia (DEM), quarto, e Rosa Fernandes (PSC), sétima, se mantiveram no top 10 quatro anos depois.
Entre os mais votados, três estreantes: o ex-PM Gabriel Monteiro (PSD), terceiro, Tainá de Paula (PT), nona, e Luciano Vieira (Avante), décimo. Chico Alencar (Psol), em quinto, Marcos Braz (PL), sexto, e Carlo Caiado (DEM), oitavo, completam a lista.
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Já Leandro Lyra (Republicanos) foi o décimo mais votado em 2016 pelo Novo e não conseguiu se eleger desta vez.
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Vereadoras crescem, mas ainda é pouco
O número de mulheres na Câmara de Vereadores do Rio será maior, mas a representatividade segue pequena. Das 51 vagas, 10 serão ocupadas por candidatas eleitas. São três a mais em relação à atual configuração.
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Uma delas será Monica Benício (Psol), ex-companheira de Marielle Franco. Quinta mais votada em 2016, a vereadora assassinada em 2018 foi referência para muitas candidatas que apostaram em seguir o seu legado. Poucas conseguiram a vaga.  Monica prometeu manter a luta pelas favelas e pela causa LGBTQ e pelas mulheres.
Assim como Marielle em 2016, Tainá de Paula (PT) ficou entre as mais votadas (nona). Ela e Thais Ferreira (Psol) são as únicas mulheres negras.
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Laura Carneiro (DEM) retorna à Câmara e Fátima da Solidariedade (Solidariedade) não se reelegeu. As outras seis vereadoras seguem no cargo.