Publicado 07/11/2020 00:00
O Fla-Flu político das eleições presidenciais de 2018 não deve se repetir nas urnas em 2020, mesmo que o 'clássico' que tenha dividido famílias, amigos e até casais ameace uma espécie de reedição. Afinal, no pleito deste ano, em todo o país, o nome Bolsonaro será usado por 91 candidatos e o de Lula, por 200. Todos prometem, claro, bater um bolão nas urnas.
Na avaliação de especialistas, esse é um movimento natural de quem quer aproveitar para receber o passe de nomes já consagrados da política brasileira e ficar na cara do gol. No entanto, nas eleições municipais, a estratégia não tende a ser tão bem-sucedida, com uma possível exceção nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, que também passam por pautas nacionais. "A polarização fica em segundo plano porque as pessoas costumam votar mais em função das questões do município. Só uma pequena faixa do eleitorado se move por esse sentimento bolsonarista ou petista", afirma Paulo Baía, cientista político e sociólogo da UFRJ.
Na opinião dele, essa estratégia não é garantia de fazer o eleitor vibrar nas urnas. Longe disso: "O candidato a usa porque tem uma ideia de que fala para um público específico. Isso é muito comum em vereadores e deputados estaduais. A pessoa que faz isso tem uma intenção e uma crença de que ajudará. Efetivamente, não ajuda. Não é insignificante, mas pode até atrapalhar".
A verdade é que os nomes Bolsonaro e Lula se tornaram marcas muito fortes no universo político. Estão na boca do povo, em qualquer bate-papo ou, óbvio, discussão. Talvez por isso muitos candidatos queiram abrir uma espécie de 'franquia'. Para a consultora política Fernanda Galvão, é até possível jogar esse jogo, mas não se deve achar que seja o suficiente para golear nas urnas: "A transferência de voto não é automática", adverte. "O candidato deixa claro o posicionamento político, mas precisa bem mais do que isso. É preciso mostrar o seu lado na disputa e na campanha".
Ao melhor estilo do craque português Cristiano Ronaldo, que adora aparecer no telão de um estádio, ela aconselha uma atenção especial com a imagem: "A identidade visual ajuda a sair do lugar-comum. Outro cuidado que todos devem ter é em relação a um bordão marcante ou a um ótimo jingle, principalmente em municípios menores. É necessário ser notado e reconhecido para ficar na cara do gol do mandato. "O candidato tem que ganhar relevância. A familiaridade do nome faz mais sucesso do que um bom programa de partido", conclui Fernanda Galvão.
E, pra quem pensa que o Fla-Flu eleitoral se restringe ao duelo Bolsonaro x Lula, um aviso: O 'clássico' já ganhou proporções internacionais, rompendo fronteiras, mas mantendo a enorme polarização. Nas eleições municipais deste ano, estão registrados três Trumps e 19 Obamas. É Fla-Flu ou Lakers x Celtics, o famoso duelo do basquete dos EUA? Com a bola, o eleitor.
Na avaliação de especialistas, esse é um movimento natural de quem quer aproveitar para receber o passe de nomes já consagrados da política brasileira e ficar na cara do gol. No entanto, nas eleições municipais, a estratégia não tende a ser tão bem-sucedida, com uma possível exceção nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, que também passam por pautas nacionais. "A polarização fica em segundo plano porque as pessoas costumam votar mais em função das questões do município. Só uma pequena faixa do eleitorado se move por esse sentimento bolsonarista ou petista", afirma Paulo Baía, cientista político e sociólogo da UFRJ.
Na opinião dele, essa estratégia não é garantia de fazer o eleitor vibrar nas urnas. Longe disso: "O candidato a usa porque tem uma ideia de que fala para um público específico. Isso é muito comum em vereadores e deputados estaduais. A pessoa que faz isso tem uma intenção e uma crença de que ajudará. Efetivamente, não ajuda. Não é insignificante, mas pode até atrapalhar".
A verdade é que os nomes Bolsonaro e Lula se tornaram marcas muito fortes no universo político. Estão na boca do povo, em qualquer bate-papo ou, óbvio, discussão. Talvez por isso muitos candidatos queiram abrir uma espécie de 'franquia'. Para a consultora política Fernanda Galvão, é até possível jogar esse jogo, mas não se deve achar que seja o suficiente para golear nas urnas: "A transferência de voto não é automática", adverte. "O candidato deixa claro o posicionamento político, mas precisa bem mais do que isso. É preciso mostrar o seu lado na disputa e na campanha".
Ao melhor estilo do craque português Cristiano Ronaldo, que adora aparecer no telão de um estádio, ela aconselha uma atenção especial com a imagem: "A identidade visual ajuda a sair do lugar-comum. Outro cuidado que todos devem ter é em relação a um bordão marcante ou a um ótimo jingle, principalmente em municípios menores. É necessário ser notado e reconhecido para ficar na cara do gol do mandato. "O candidato tem que ganhar relevância. A familiaridade do nome faz mais sucesso do que um bom programa de partido", conclui Fernanda Galvão.
E, pra quem pensa que o Fla-Flu eleitoral se restringe ao duelo Bolsonaro x Lula, um aviso: O 'clássico' já ganhou proporções internacionais, rompendo fronteiras, mas mantendo a enorme polarização. Nas eleições municipais deste ano, estão registrados três Trumps e 19 Obamas. É Fla-Flu ou Lakers x Celtics, o famoso duelo do basquete dos EUA? Com a bola, o eleitor.
No Rio, três na briga para 'herdar' os votos
Tática funcionou e fez o mais votado no estado em 2018
A tática de usar o nome Bolsonaro foi decisiva para que Hélio Fernando Barbosa Lopes (PSL) deixasse o banco de reservas da política e conseguisse ser eleito deputado federal com a maior votação no Estado do Rio. O estrondoso sucesso nas urnas foi catapultado pelo nome 'Hélio Bolsonaro' que usou na campanha, embora pelos amigos mais íntimos seja conhecido como Hélio Negão.
Publicamente, já deixou claro que considera Bolsonaro muito mais do que um padrinho político. Desde que ganhou o mandato em Brasília, não se desgruda do presidente: virou uma sombra de Bolsonaro e ampliou a popularidade além das fronteiras do estado. É comum vê-lo tirando fotos com caravanas de eleitores, como um astro dos gramados da política.
Nascido em Queimados, na Baixada Fluminense, Hélio superou as dificuldades da infância e viu na carreira militar a chance de ascensão. Foi para a reserva como capitão, mesma patente de Bolsonaro. Chegou a tentar se eleger vereador em Nova Iguaçu, sem sucesso. Mas, em 2018, colou no candidato à presidência da República, se rebatizou politicamente e virou um craque nas urnas, com 345.234 votos.
Publicamente, já deixou claro que considera Bolsonaro muito mais do que um padrinho político. Desde que ganhou o mandato em Brasília, não se desgruda do presidente: virou uma sombra de Bolsonaro e ampliou a popularidade além das fronteiras do estado. É comum vê-lo tirando fotos com caravanas de eleitores, como um astro dos gramados da política.
Nascido em Queimados, na Baixada Fluminense, Hélio superou as dificuldades da infância e viu na carreira militar a chance de ascensão. Foi para a reserva como capitão, mesma patente de Bolsonaro. Chegou a tentar se eleger vereador em Nova Iguaçu, sem sucesso. Mas, em 2018, colou no candidato à presidência da República, se rebatizou politicamente e virou um craque nas urnas, com 345.234 votos.
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