Rio - O debate entre os candidatos ao governo do estado promovido pela TV Bandeirantes na noite de terça-feira rendeu um dia seguinte acalorado nas ruas e nas redes sociais graças a dois temas específicos: legalização da maconha e incentivos fiscais a casas de massagens, conhecidas do público masculino adulto como termas.
Em relação à legalização da maconha, a repercussão se deu graças à resposta do candidato Marcelo Crivella (PRB), que justificou ser contrário à ideia dizendo que os países que adotaram a medida, retrocederam. E que a fabricante de aviões Fokker teria falido devido ao consumo da droga pelos funcionários, o que fez os espectadores caírem na gargalhada.
A resposta do candidato não condiz com a realidade. Cada vez mais países têm revisto suas políticas de drogas baseadas na proibição, como Uruguai, Argentina, Colômbia e, inclusive, estados dos Estados Unidos. Já em relação à empresa Fokker, ela fechou suas portas nos anos 1990 por motivos administrativos, não por técnicos ou com qualquer tipo de relação com uso de maconha pelos empregados, como alegou Marcelo Crivella no debate.
De acordo com dados do Twitter, o pico de utilização da rede social se deu justamente após essa questão, atingindo 442 tweets por minuto. O candidato mais comentado foi Anthony Garotinho, seguido de Luiz Fernando Pezão, Tarcísio Motta, Marcello Crivella e Lindberg Farias.
A questão do incentivo fiscal a casas de massagens foi levantada ironicamente pelo candidato Anthony Garotinho, questionando o porquê de o benefício ser concedido pelo governo do estado a esses estabelecimentos.
Em nota oficial, a assessoria de imprensa da secretaria estadual de Fazenda não respondeu quanto as casas de massagens, como Termas Monte Carlo e Termas Solarium, tiveram de isenção nos últimos anos, justificando que o Código Tributário Nacional não permite essa informação seja divulgada.
Freixo joga no Psol e no PT
O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) auxiliou não apenas seu companheiro de partido, o candidato Tarcísio Motta, como Lindberg Farias, do PT. Nos intervalos do debate, Freixo conversava tanto com um quanto com outro.
“Falei para o Lindberg sair da defesa e ir para o ataque. Vir para o debate e não falar nada não dá”, disse o deputado, que ficou animado com o desempenho de Tarcísio Motta. “Ele mostrou que é a única alternativa ao atual governo, com boas propostas e frases de efeito bem colocadas”, avaliou Freixo.
De fato, o candidato socialista chamou a atenção pela clareza e contundência no discurso, mas também pelo bom humor. “Sou eu contra os quatro Cabrais. Todos os outros representam o mesmo grupo político. Todos, em algum momento, ou em vários, estiveram ao lado do atual governo. Eu não. Tenho rabo de cavalo, mas não tenho rabo preso”, brincou Tarcísio Motta.