Por thiago.antunes

Rio - A família margarina da política, o clã Garotinho, parece nos bastidores mais uma novela. Com todos os problemas de uma família tradicional, há quem se sinta menos valorizado. Em sua sucessão de mandatos, uma pessoa ainda pouco conhecida dos eleitores tem ficado de fora: Wladimir Garotinho.

Impedido pelo pai Anthony Garotinho (PR) de se candidatar a deputado estadual neste ano pelo excesso de nomes da família no cenário político e para dar mais força à reeleição do antigo aliado Geraldo Pudim (PR), o rapaz parece não ter aceitado bem o prêmio de consolação de coordenar a campanha do patriarca ao governo.

Wladimir Garotinho e Júlio Lopes juntos em campanha Divulgação

Wladimir lançou o amigo Bruno Dauaire (PR) para deputado estadual que apoia a candidatura a deputado federal de Júlio Lopes (PP) — um dos maiores inimigos do pai e alvo de vários ataques de Garotinho em sua campanha. Wladimir chegou a posar com Lopes em diversas fotos e sentou com ele na bancada de honra no lançamento da candidatura de Bruno.

Além disso, Júlio concorre a vaga à Câmara dos Deputados junto com a irmã Clarissa (PR), puxadora oficial de votos de seu partido. Oficialmente, Wladimir garante que o pai não reclamou. “Nenhum problema. Todo mundo já estava ciente. Fui convidado para um evento em que o Júlio estava. Não estamos apoiando o Júlio Lopes, quem apoia é o Thiago”, defende Wladimir, se referindo ao vereador de Campos Thiago Virgílio (PTC), apotando como grande vilão e causador dos problemas da família.

O parlamentar é coordenador da campanha de Bruno e membro da equipe de Júlio Lopes, desde 2002. Segundo Thiago, Garotinho sabia e respeitou a sua ligação com o ex-secretário estadual de Transportes do Rio, para quem trabalha, e da presença de Wladimir em agendas públicas de Bruno com Júlio.

“Wladimir não daria apoio a ninguém e nem iria a eventos se o pai não concordasse. Ele tem o aval para ajudar e dar apoio necessário a eleição de Bruno”, ponderou. O vereador, porém, confirma que Wladimir tinha vontade de brigar pelo mesmo cargo de Bruno como deputado estadual. “Ele estava com muita vontade de vir como candidato, mas sabe que tem todo um processo maior”, afirmou.

Assessores de Garotinho dizem que a situação é incomôda. “É um palavrão isso aí”. O interlocutor disse ainda que considera Wladimir um “quadro muito preparado”. Ele acredita que o filho deve ter cometido o ato de “rebeldia” para marcar território e mostrar que também tem poder.

Irmãos Garotinho são rompidos

O imbróglio da família não acaba com o filho Wladimir. O irmão mais velho de Garotinho, Nelson Nahim, está rompido com ele desde a época em que Rosinha Garotinho foi forçada a deixar a Prefeitura de Campos em 2010 por ordem de ação judicial. Nahim, então presidente da Câmara, assumiu o Executivo.

Ele agora disputa votos na Câmara de Deputados com a sobrinha Clarissa (PR), já que é candidato a deputado federal pelo PSD na coligação do governador e candidato à reeleição pelo PMDB, Luiz Fernando Pezão. “Eu tive um irmão uma vez”. De acordo com assessores, é assim que Garotinho costuma se referir ao irmão. Nahim foi nomeado em junho do ano passado por Sérgio Cabral para a Fundação Norte Fluminense.

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