Por thiago.antunes

Rio - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o ato de defesa do pré-sal, que reuniu nesta segunda-feira dez mil pessoas no Centro do Rio, para criticar a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva. Em tom de campanha e sem citar o nome de Marina, a quem se referiu apenas como “a candidata que faz oposição a Dilma”, Lula aconselhou a ex-ministra de seu governo a controlar seus economistas, pois, segundo ele, só falam besteira. Disse ainda que Marina quer “terceirizar” a Presidência.

Na semana passada, um economista da campanha do PSB, Alexandre Rands, disse a empresários que a meta da inflação, que hoje está em 4,5% ao ano, poderia subir para 5%. Ontem, Marina negou a possibilidade. Lula acusou a ex-senadora de ter um programa de governo escrito a “quinhentas mãos, mas nenhuma dela”.

“Se tem uma coisa que você não pode terceirizar é o cargo de presidente da República. Ou você assume ou não assume. Esse negócio de pedir para cada um falar um pedacinho das coisas que estão acontecendo não dá certo”, provocou ele, alertando ser este “um indício” de como poderá ser um governo de Marina. Adesivos com “Fora Marina e leve o Itaú junto” foram distribuídos durante o evento. Não há neles o CNPJ de quem mandou confeccioná-los.

Acompanhado por Lindberg e políticos do PT e do PC do B%2C Lula foi a principal estrela do evento em defesa do pré-sal. Ele caminhou da Cinelândia até a sede da PetrobrasCarlos Moraes / Agência O Dia

Principal estrela do ato, Lula chegou com quase duas horas de atraso e discursou por 20 minutos, comparando a gestão da Petrobras durante os 12 anos do PT com os oito, do PSDB. Lembrou que a autossuficiência do petróleo, a descoberta do pré-sal e a política de conteúdo nacional, que reativou os estaleiros, foram alcançadas no seu governo.

Lula também acusou os tucanos de venderem em oito anos 65% das ações da empresa. “Queriam entregar (para privatização), mas graças a Deus, os movimentos sindicais e sociais e os partidos de esquerda, eles não conseguiram”, discursou, retomando a ameaça de privatização.

Numa referência às denúncias de corrupção envolvendo o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, Lula afirmou que “se alguém cometeu erro, roubou, tem que ser investigado e, se provado e condenado, ir para cadeia”. “Tem que pagar”, disse.

As críticas mais diretas à adversária petista ficaram por conta de José Eduardo Dutra, ex-presidente do PT e da estatal, e de João Pedro Stédile, membro da direção nacional do Movimento dos Sem Terra (MST).
“Fui colega por oito anos da senadora Marina Silva e nunca vou atacá-la pessoalmente, mas em 242 páginas do programa de governo da candidata, o petróleo é tratado como um mal necessário, e não é citado nem uma vez o pré-sal”, disse Dutra.

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