Rio - O governador e candidato a reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB) voltou a subir o tom dos ataques ao seu adversário, Marcelo Crivella (PRB) durante caminhada em Macaé, no norte do Estado, nesta quarta-feira. No Dia do Professor, Pezão mandou o senador e ex-aliado estudar mais antes de criticar as políticas públicas da atual gestão.
"O Bispo Crivella menospreza o resultado que tivemos, tirando a educação do 26º lugar no Ideb e colocando em quarto lugar", disse Pezão, novamente associando o nome do senador à Igreja Universal do Reino de Deus, onde é bispo, além de sobrinho de Edir Macedo, o polêmico líder religioso da igreja.
Pezão disse que Crivella desconhece as políticas públicas do Estado e que, por isso, não tem condições de governar o Rio de Janeiro. "Meu adversário tem que se preparar cada vez mais. Ele ainda fala em vale transporte quando a gente está no bilhete único. Ele menospreza o esforço que foi feito por toda a rede de educação, por todos os professores. Ele tem que conhecer melhor o Estado, aproveitar que está no senado para estudar mais e trabalhar mais", atacou Pezão.
O candidato se defendeu das críticas de Crivella, que acusa o governo de maquiar os índices na educação, tirando da amostra anual do Ideb os alunos repetentes, que passaram a ter aulas de reforço com apenas um professor para todas as disciplinas do currículo. "Esta é uma política implementada por dezesseis estados", defendeu-se. Questionado sobre as greves na educação no ano passado, muitas delas reprimidas com violência pela Polícia Militar, o governador minimizou a questão e preferiu exaltar a gestão.
"Tivemos só 270 profissionais em greve. Só os membros do Sepe (Sindicado dos Professores). Eram o 23º salário do país, estávamos há 12 anos sem reajuste. Agora tem reajuste todo ano. Hoje o professor aposentado tem as gratificações incorporadas ao salário. Este resultado (4º lugar no Ideb) não caiu do céu, não", disse Pezão.
Igreja Universal é novamente criticada
O candidato do PMDB voltou a atacar os líderes da Igreja Universal do Reino de Deus durante a sabatina promovida pela Rede TV! em parceria com o portal IG. “Não estou atacando os evangélicos. Ataquei a cúpula e a organização da Igreja Universal do Reino de Deus, que tem partido e TV. Quem falou que o bispo Crivella é testa de ferro do bispo Macedo foi um procurador federal na sua sentença da compra da Record”, atacou o governador.
Pezão disse que Crivella privilegia fiéis da Igreja Universal em vez de trabalhar para todos e usou o exemplo do projeto Cimento Social, afirmando que “as primeiras 150 casas da Providência tinham que ser distribuídas para membros da Universal”. E se defendeu: “Me dou bem com muitos membros. Fui ao Templo de Salomão e isso mostra que trato todos iguais”.