Por felipe.martins

Rio - Em nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no início da noite de sexta-feira, a Petrobras informou que criou comissões internas para verificar “indícios ou fatos contra a empresa”. A companhia informa que obteve da Justiça autorização para ter acesso aos autos da investigação relacionada à operação Lava Jato, “incluindo os autos de ação por lavagem de dinheiro”.

Na nota, a empresa esclarece que ainda não teve autorização da Justiça para o acesso ao conteúdo da delação premiada do ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa. Nesse depoimento, prestado para o Ministério Público Federal, o ex-diretor revelou que enviou dinheiro para o então presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, em 2009, para ajudar a esvaziar uma CPI que investigava irregularidades na Petrobras. Guerra, que era um dos membros da CPI, presidiu o PSDB entre 2007 e 2013 e morreu em março deste ano.

Delator disse que enviou dinheiro para Sérgio Guerra ‘esvaziar’ CPIDivulgação

A referência ao nome do senador pernambucano no depoimento de Costa foi revelado pelo jornal ‘Folha de S. Paulo’ na edição de ontem. Em nota, a assessoria do PSDB informou que o partido defende que “todas as denúncias sejam investigadas com o mesmo rigor, independentemente da filiação partidária dos envolvidos e dos cargos que ocupem”.

Paulo Roberto Costa foi diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras de 2004 a 2012. Ele foi preso na operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga esquema de lavagem de dinheiro. Em seu depoimento, Costa disse ter participado de um esquema de desvio de recursos originado na empresa, por meio da cobrança de propina de 3% sobre contratos de obras e projetos, com a participação de empreiteiras que abastecia os partidos PP, PT e PMDB.

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