Publicado 26/02/2021 15:02
Rio - Nanã é uma orixá que esteve presente na criação da humanidade. A divindade é considerada a grande avó e parte da memória do povo, uma vez que vivenciou o começo do universo. Segundo a crença, ela é a rainha da lama, do barro, da argila, que representam a origem do ser humano.
De acordo com o praticante da universalidade espiritualista Leonardo Almeida, do Espaço Ilumina, a orixá carrega o Ibiri, que é feito da folha do Iji opé e ichã, ornado com búzios e palha.
Quanto aos filhos de Nanã, Leonardo Almeida explica que costumam ser pessoas mais sérias, zelosas e sábias. “Com características como o espírito de velho desde cedo, mesmo quando jovens têm um ar maduro, podem ser até meio ranzinzas, porque não gostam muito de brincadeira. De forma geral, são pacientes, calmos e tomam atitudes pensadas.”
O também praticante da universalidade espiritualista Rodrigo Almeida conta que Nanã é respeitável e temida. Algumas histórias revelam que ela sofreu muito na mão dos homens, que a maltrataram ou a fizeram mal. “Acredita-se que a orixá fez uma promessa que jamais amaria nenhum homem, por conta das suas experiências. Por isso, os filhos da divindade tendem a ser frios nos relacionamentos. Inclusive, em algumas linhas do Candomblé, ela não tem filhos homens.”
No sincretismo, a orixá é associada com Sant’Ana, a avó de Jesus Cristo e é celebrada em 26 de julho. Ainda de acordo com Leonardo Almeida, a cor correspondente à divindade é o lilás e o número é o 13.
Ritual para Nanã
De acordo com Rodrigo Almeida, os rituais para a orixá não podem ser feitos com instrumentos de ferro. Dentro de algumas linhas do Candomblé, os homens não podem participar dos ritos para Nanã. “Tudo que é feito para a divindade deve ser cortado por um pedaço de vidro, telha ou por uma faca de madeira. Para ela, pode ser ofertado rodelas de batata doce ou 13 bolinhos de batata doce descascados e amassados. Além disso, mingau de coco, sarapatel e banana da terra são comidas de seu agrado.”
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