São Paulo - Às vésperas da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, o Brasil vem ganhando moral no cenário internacional e virou sede de grandes eventos esportivos em diversas modalidades. Porém, se por um lado a demanda é satisfatória, a oferta de ginásios nos grandes centros do País não atende às expectativas.
O Ibirapuera, tradicional ginásio de São Paulo, é criticado pela falta de ar condicionado e pela estrutura antiquada. O desconforto, que ficou evidente nos últimos eventos, fez o ginásio perder espaço na batalha para sediar competições de primeira linha. Enquanto isso, a Arena HSBC, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, virou a menina dos olhos da NBA e do UFC. Espaço moderno e confortável, larga na frente para sediar qualquer grande evento esportivo no Brasil.
No dia 12 de outubro, a NBA trará ao Brasil um jogo de sua pré-temporada, Chicago Bulls x Washington Wizards, que será realizado na Arena HSBC. Diretor-executivo da NBA no País, Arnon de Mello elogia o local e lamenta o fato de não existirem outras arenas com capacidade semelhante.
“Não tem outra arena no Brasil. A HSBC é a única que pode sediar um jogo da NBA, o que é uma má notícia para o País. As instalações estão em bom estado e vão acomodar bem a partida. Tem entradas e estacionamento bons, as coisas fluem bem e o público é bem situado. Só vamos trazer tabelas dentro das normas da NBA para o jogo, além dos placares de LED, mas são equipamentos diferenciados, que a Arena HSBC não era obrigada a ter”, diz o diretor em entrevista ao iG .
Segundo o dirigente da NBA, ginásios ou arenas com capacidade superior a 10 mil pessoas, bom sistema de ar condicionado, iluminação e espaços com formato quadrado são essenciais para a realização de um jogo da liga. Arnon admite que a NBA pensava em São Paulo, mas o Ibirapuera ficou longe de atender às especificações.
“Chegamos a visitar o Ibirapuera há mais de um ano e não tinha condições. Iluminação ruim, calor excessivo, sem ar condicionado, formato redondo e espaço restrito, difícil para parceiros e apertado. Vestiários também não são dos melhores”, comenta Arnon, que ainda revela interesse futuro no Allianz Parque, novo estádio do Palmeiras. "A NBA quer estar em São Paulo, quer fazer um jogo em São Paulo, mas infelizmente não dá. Mas já começamos a olhar a arena do Palmeiras com bons olhos".
As críticas do dirigente, somadas aos relatos de jogadores e do público durante o último Brasil Open, torneio 250 da ATP realizado em fevereiro, no Ibirapuera, evidenciam a necessidade de melhorias no tradicional ginásio de São Paulo.
O clima abafado dentro do local, as goteiras no ginásio Mauro Pinheiro e o caminho percorrido por tenistas e torcedores no Complex o foram as principais reclamações. Procurado pelo iG , o secretário de Esportes, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo, José Auricchio Júnior, divulgou nota, por meio de sua assessoria. Ele alega que o Ibirapuera tem condições de realizar grandes eventos, mas admite que o calor no ginásio é um problema.
“No que diz respeito à temperatura do local, a Secretaria informa que está finalizando um projeto executivo de climatização para garantir maior conforto aos atletas e visitantes do complexo”, diz a nota.
Já o UFC vem promovendo uma série de eventos no País nos últimos anos, e quatro desses cards foram na Arena HSBC, todos com disputa de cinturão. A entidade prefere não se posicionar sobre os problemas do Ibirapuera, onde realizou evento no último mês de janeiro. Mas, ao que parece, o local não é unanimidade, tanto que o próximo UFC marcado para o Estado de São Paulo será em Barueri, em outubro.
Reportagem: Mauricio Nadal