Por fabio.klotz

Rio - Até os mais otimistas torcedores do Vasco agora colocaram as barbas de molho. Como lembrava aquele bom filme policial com Harrison Ford, o perigo é real e imediato. Empacado nos 33 pontos, o Vasco vai precisar, no mínimo, de quatro vitórias em sete jogos para escapar do rebaixamento.

Adrianinho comandou reação da Ponte PretaEstadão Conteúdo

E o mais incrível dessa história é que o Vasco contrariou todas as expectativas neste domingo. Primeiro porque vinha de ótima reação contra o Botafogo e de boa exibição, com vitória, sobre o Goiás, em um Maracanã festivo. Esperava-se a arrancada contra um adversário limitado. Tudo começou bem com a vantagem no marcador, uma atuação até tranquila na fase inicial e a perspectiva de confirmar a vitória no segundo tempo diante de adversário com um homem a menos. O Vasco bipolar, no entanto, voltou fazendo tudo errado. Recuou demais sem necessidade, veio o previsível empate e, para fechar a conta, mais uma falha de goleiro no segundo gol da Ponte Preta, quando Alessandro aceitou uma bola perfeitamente defensável. Foi o tipo da derrota evitável, típica de um time que flerta perigosamente com o rebaixamento. A grande torcida vascaína não merecia isso.

Batendo ponto

Mais ou menos como se esperava, o Flamengo foi para Fortaleza comemorando ainda o baile no Botafogo, mas pensando no jogo de quarta-feira contra o Goiás, pela Copa do Brasil. Aproveitou a passagem pelo Ceará para relaxar um pouco e, sem objetivos no Brasileiro, tratou apenas de se preservar contra a Portuguesa. Houve até lances de perigo, mas sem estresse. Se o Fla ganhasse, ótimo. Se perdesse, paciência. Assim, o empate caiu bem para os dois times, que só bateram ponto.

Destaque

Foi um jogo com muitas emoções, gols, alternativas e uma boa participação da animada torcida tricolor. Com um homem a mais em grande parte do jogo, esperava-se mais do Fluminense, até uma vitória sem sustos. Mas, com garra, aplicação tática e um contra-ataque com Marquinhos e, depois, William Henrique, os baianos perturbaram. Fizeram o primeiro gol, sofreram o empate, a virada, mas tiveram fôlego para a revirada surpreendente. Uma derrota decepcionante que mantém o Flu a perigo.

Com vontade

A disposição que faltou ao Botafogo na goleada para o Flamengo na Copa do Brasil reapareceu na noite de sábado, no Maracanã, contra o Atlético-MG. Mesmo com um futebol tecnicamente fraco, o time conseguiu importantes três pontos e, depois do belo gol do lateral Julio Cesar, resistiu com determinação ao Galo, que até merecia o empate. O jogo foi apenas sofrível e o Botafogo voltou a se ressentir de, pelo menos, um bom atacante. O holandês Seedorf, de novo, não jogou nada.

Surpresas

Para os que gostam de criticar (sem razão), a torcida do Botafogo - que sabe onde lhe dói o calo - deu até uma demonstração de tolerância ao comparecer ao Maracanã em número superior ao que se podia imaginar depois da humilhação para o Fla. Foram mais de 10 mil no estádio e mais preocupados em dar força ao time do que em vaiar e cobrar. A equipe, pelo menos, não pareceu abatida, esforçou-se como pôde e saiu com a vitória, que disfarçou os problemas em um momento amargo.

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