Rio - Num clássico equilibrado, com muitas alternâncias, o jogo somente foi decidido nos últimos minutos. Mais uma vez, o Flamengo confirmou sua excepcional fase e vai cheio de moral para cima do Goiás na quarta-feira, pela Copa do Brasil.
Com os desfalques do Fla e a ansiedade do Flu, depois de uma semana de crise, não se poderia esperar um primor de técnica no clássico. Mesmo com dificuldades nas conclusões, Flamengo e Fluminense já mostravam na fase inicial que o jogo seria bom, com intensidade e superação dos jogadores.
O Flamengo mostrava um pouco mais de cautela, mas saía em alta velocidade usando Rafinha e procurando Hernane.O Fluminense tinha nos passes de Rafael Sobis e nos deslocamentos de Biro-Biro as melhores opções, mas faltava alguém para concluir e Paulo Victor sempre mostrava segurança. No fim, a vitória rubro-negra deve desencadear uma grave crise no Tricolor, que terá uma semana cheia de turbulência.
MANCADA
Como se dizia na gíria antiga, o Botafogo deu nova mancada. Para os que pensam na gíria do futebol, essa mancada pode ser daquele famoso cavalinho paraguaio. Qualquer jogo com um mínimo caráter decisivo, o time se esconde e fica travado. Descansou uma semana (pra quê?) e teve menos ânimo do que o Goiás desgastado.Perdeu chances bisonhamente e parecia fazer questão de não ganhar. Levou, como outras vezes, um gol no finzinho. Alguém viu o Seedorf? O G-4 está virando uma miragem.
O MELHOR
Na escolha de craque do ano da Fifa, as apostas convergem para Cristiano Ronaldo, que vai brilhando a cada fim de semana, tem uma temporada consistente e já há vários anos só não é o número 1 pela genialidade de Messi. O argentino vem sofrendo com lesões e perdeu a regularidade. Ibrahimovic exibe um talento meio irregular mas está na briga e Neymar surgiu só nos últimos tempos na Europa. Só tem chances se for considerada a Copa das Confederações, mas a Fifa prefere dar peso aos eventos europeus.
ESPERANÇA
O Vasco conseguiu a sua vitória no limite extremo para continuar com chances de não cair. A troca de técnico pareceu providencial pelo simples fato de dar ao grupo mais motivação. Adílson usou a sua experiência para acalmar os jogadores, ouvir gente de dentro do clube e, na escalação, as suas soluções foram boas com um meio-campo equilibrado entre a marcação e o apoio. Tinha mesmo que arriscar precisando da vitória em casa mas a cereja no bolo foi Edmílson, oportunista e certeiro.Há luz no fim do túnel.
LIDERANÇA
Entre as atitudes tomadas por Adílson antes do jogo e que contribuíram para a vitória destaca-se a de afastar primeiro, André e, depois, Rafael Vaz. É possível que, se o time fraquejasse, alguns o criticassem mas ele agiu corretamente porque estava exigindo do grupo dedicação integral em uma semana turbulenta e decisiva. André já vinha pisando na bola fora de campo, o que ocasionava atrasos a treinamentos. O descompromisso é falha grave, Adílson premiou a seriedade e fez muito bem.