Por fabio.klotz
Rio - Esta Copa do Brasil vai ser guardada com todo o carinho em um lugar muito especial na Gávea porque foi conquistada contra tudo e contra todos, sob desconfiança geral em meio a crises e diante de adversários tecnicamente superiores. E em um nível acima da média porque a competição ganhou de volta quem disputou a Libertadores e o Flamengo acabou enfrentando Cruzeiro, Botafogo, Goiás e Atlético-PR, os times mais bem colocados do Brasileiro, à exceção do Grêmio.
Time do Flamengo em euforia! Campeão da Copa do Brasil 2013Carlos Moraes / Agência O Dia

A campanha foi empolgante porque, no primeiro desafio das oitavas, o Flamengo era uma autêntica zebra, mesmo depois de perder só por 2 a 1 no Mineirão. Mas o adversário se sentia confortável demais com o resultado, não acreditou na ameaça do jogo no Maracanã, jogou pelo 0 a 0 e levou um gol no fim. Esse jogo foi a senha, o sinal de que o time estava predestinado, o que foi confirmado pela goleada humilhante sobre o Botafogo de Seedorf, as vitórias sobre o Goiás e, finalmente, na decisão com o Atlético-PR, em que quase todos brilharam, à exceção de Carlos Eduardo, e até Amaral fez golaço.

No peito e no coração de cada rubro-negro essa campanha está eternizada. Foi uma conquista de bravos jogadores em que a determinação e a confiança prevaleceram acima de tudo.
Publicidade
Metamorfose
Talvez em nenhum time campeão antes tenha se operado uma transformação individual tão grande como neste Flamengo. Antes das fases decisivas da Copa do Brasil o que eram Amaral, Luiz Antônio, Wallace e Paulinho? Quase nada. Hernane, apenas um artilheiro barrado e contestado, apesar da eficiência anterior. E Elias era o único reconhecido e estimado. Todos subiram como um foguete pelas mãos mágicas de Jayme em meteórica valorização.
Publicidade
Força popular
Não é novidade que a torcida do Flamengo é a maior e tem uma alegria e uma confiança excepcionais. Mas, nessa Copa do Brasil, talvez pelas dificuldades do ano e pelos eflúvios do novo Maracanã, ela se superou com uma participação festiva e feérica pelo número e empolgação. Claro que não se ganha um jogo só com torcida e se pode perder, mesmo com uma grande galera ao lado. Mas, quando time e torcedor se unem na garra e na fé, aí fica quase impossível resistir.
Publicidade
O que virá?
O Fluminense vive horas de suspense até o jogo deste sábado contra o Galo de Cuca, menos até por desconfiar das próprias possibilidades, mas pelas dúvidas sobre a postura do adversário. Porque é fácil perceber que, se o Atlético-MG vier com toda a força, vai ficar muito complicado. Mas, se aparecer como o Cruzeiro contra o Vasco, aí estará a chance de o Flu resolver o seu problema. Desde já, uma boa medida para os tricolores é imitar a postura do Flamengo.
Publicidade
Totó hermano
Juan José Campanella, que dirigiu o inesquecível "O segredo dos seus olhos", vencedor de um Oscar, se aventura no campo da animação em "Time show de bola" com bonecos adeptos de futebol totó onde jogam as suas esperanças e sonhos. O filme traz a habitual poesia e sensibilidade do cinema argentino. E há também "Um fim de semana em Hyde Park", comédia dramática que envolve as delicadas relações entre americanos e ingleses em tempos de guerra com Bill Murray.
Publicidade
Curtinhas
Bolívar diz que em 2014 o Botafogo será mais respeitado. Por quê? Dória acha que o ano foi excepcional, o que pode até ser verdade sob ótica estritamente pessoal. Mas o Botafogo só salva as aparências com vaga na Libertadores. Caso contrário, um fiasco e uma grande frustração.
Publicidade
O Fla já pensa grande e está de olho em alguns corintianos como Danilo e Sheik. Se eles vierem com vontade, até que serão bons reforços. Mas é preciso dar prioridade, acima de tudo, ao ótimo trabalho de renovação de Jayme. As perspectivas são excelentes com a nova base financeira.
E a Ponte de Jorginho, hein? Derrubou Vélez e São Paulo e está na final da Sul-Americana. Um momento histórico em sua trajetória, mas que comprova a fragilidade da competição. Ela terá o apoio de todos os brasileiros, menos dos que torcerem pelo quarto colocado no Brasileiro.