Por pedro.logato
São Paulo - A costumeira agitação dos primeiros dias do ano no mercado da bola do futebol brasileiro, recheada de negociações de compra e venda de jogadores, deu lugar à uma calmaria incomum. Poucas transações foram concluídas e os times do Brasil deram uma verdadeira 'puxada de freio'.
Até o momento, a transferência de Leandro Damião do Inter para o Santos, pela bagatela de R$ 41 milhões é a grande negociação da janela. Porém, o dinheiro não saiu dos cofres do time paulista. O fundo de investimentos Doyen Sports foi o responsável pela compra do atleta.
Conca retornou ao Flu, sem custosAgência O Dia

Para Amir Somoggi, especialista em marketing e gestão esportiva, o pequeno número de transações de 2014 é um reflexo da gastança exagerada dos times do Brasil no ano passado.

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"Os clubes gastaram muito em contratações em 2013, não tiveram resultado em campo e estão pagando essa conta. Nunca se gastou tanto em salários de técnicos e jogadores. As folhas salariais dos times também cresceram e agora eles estão enfraquecidos e com menos dinheiro para investir", disse Somoggi.
Ex-atacante do Palmeiras e do São Caetano, Magrão atualmente é empresário de jogadores. Ele entende que os gastos excessivos de 2013 foram um consequência do crescimento na economia do país e vê 2014 como um ano de maior equilíbrio financeiro para os clubes do Brasil.
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"A economia cresceu, o valor dos imóveis aumentou bastante e esse crecimento também aconteceu no futebol. As receitas aumentaram no ano passado e os salários foram inflacionados. Agora, os clubes estão mais atentos ao gastos, puxaram o freio e estão atrás de mais equilíbrio em suas finanças", afirmou Magrão.
Para o também empresário, Luiz Taveira, o período será de "estagnação". "Os clubes não vão abusar dos gastos, farão contratações pontuais e de preferência baratas. Sera um período de estagnação mesmo".
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Paulistas fora da Libertadores também atrapalha
Após campanha irregular em 2013, os clubes paulistas estão fora da Libertadores pela primeira vez desde 1998. A ausência no torneio tira visibilidade e recursos financeiros dos clubes e isso também impacta no orçamento para 2014.
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"Ficar fora da Libertadores é atípico. O torneio dá muita visibilidade e traz recursos. Não dá para fazer contratações absurdas participando apenas dos Campeonatos Estaduais, Copa do Brasil e Brasileirão", disse Luiz Taveira.
Para Amir Somoggi, os clubes devem valorizar os jogadores da base e buscar o nivelamento da folha salarial. "Vale a pena investir na base. Os jogadores revelados no clube têm apelo junto aos torcedores, o Neymar foi um exemplo disso. O clube tem de ter um projeto de futebol, de revelação dos jogadores da base, não deve depender de um ou outro treinador, mas sim montar um projeto maior do que isso", conculiu o gestor e especialista em marketing.
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Reportagem de Mauricio Nadal