Por pedro.logato

Rio - Com a experiência de quem disputou três Copas (90, 94 e 98) e conquistou um Mundial (94), Taffarel decreta: “o Brasil está muito bem servido de goleiros na luta pelo hexa.” O motivo de tamanha confiança atende pelos nomes de Julio César e Jefferson, com presença garantida na lista de 23 convocados que o técnico Luiz Felipe Scolari irá divulgar, dia 7 de maio, para a principal competição de futebol do planeta.

“São jogadores de grande capacidade, que vivem bom momento e têm experiência, o que ajuda muito”, frisa o atual preparador de goleiros do Galatasaray, da Turquia. Taffarel só não se arrisca a cravar quem será o terceiro arqueiro no grupo — Diego Cavalieri e Vitor, teoricamente, brigam pelo posto.

“Não sei quem será o escolhido. Eu levaria um goleiro jovem para preparar para a próxima Copa”, frisa o gaúcho de Santa Rosa, que não vê o titular Julio César ameaçado pelo fato de ter saído de um clube da Segunda Divisão da Inglaterra (Queens Park Rangers) para defender um time canadense (Toronto F.C.) na Major League Soccer, dos Estados Unidos.

Taffarel acredita no título do BrasilDivulgação

“Com a qualidade que ele tem, não importa onde esteja jogando, desde que esteja atuando”, diz Taffarel, que, em apoio a Jefferson, manda para escanteio qualquer comparação do camisa 1 do Botafogo com Barbosa, goleiro negro que fendeu a Seleção no fantasma do Maracanazo da Copa de 50, no Brasil:

“Este trauma pertence ao passado. Se o Jefferson fosse melhor que o Julio, ele tranquilamente estaria no gol, assim como já esteve o Dida. Desde já, temos que parar com esta questão de 50, porque isso só pode nos atrapalhar.”

ZÉ ALDO EM CAMPO

Campeão dos pesos penas do UFC, o manauara José Aldo dará o pontapé inicial na inauguração da Arena Amazônia, amanhã, no jogo entre Nacional e Remo, válido pelas quartas de final da Copa Verde. Mas o lutador não estará sozinho. Ele terá de dividir a honra da inauguração com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o governador do Amazonas, Omar Aziz.

CINEMAZO

Faltando três meses para a Copa, a torcida do Uruguai já está no clima. Em parceria com a Associação Uruguaia de Futebol (AUF), os diretores de cinema Andrés Varela e Sebastián Bednarik farão no próximo dia 12, no Estádio Centenário, em Montevidéu, a pré-estreia do documentário ‘Maracanã’, que narra a conquista de 1950. Cinquenta mil ingressos estão à venda.

VEXAME QUE MUDOU A VIDA

Em sua segunda participação em uma Copa, El Salvador chegou à Espanha, em 1982, como uma incógnita. O futebol, obviamente, não era de primeira, mas os adversários queriam saber o que aquele time tinha. Afinal, havia eliminado o México nas Eliminatórias.

A expectativa virou vexame. E que vexame! Simplesmente o maior de todas as Copas. Na estreia, contra a Hungria, os salvadorenhos foram atropelados: 10 a 1, a maior goleada da história dos Mundiais. Se contra a terceira força do grupo foi assim, imagine diante das favoritas Bélgica e Argentina...

E mais uma vez El Salvador surpreendeu. Vendeu caro a derrota por 1 a 0 para os belgas e foi poupada pelos piedosos argentinos: 2 a 0.

A goleada da estreia fez com que a imprensa espanhola seguisse de perto os jogadores salvadorenhos. E, para a sorte de um deles, o vexame significou uma mudança radical (para melhor) na carreira profissional.

O ponta-esquerda Jorge ‘Mágico’ González chamou a atenção do Cádiz, que à época estava na elite do futebol da Espanha. Nas duas primeiras temporadas, foram 30 gols. Negociado com o Valladolid, não brilhou. De volta ao Cádiz, fez jus ao seu apelido e por lá ficou mais seis anos. Até hoje a torcida lembra seu nome. Um ídolo improvável.


Coluna de Alysson Cardinalli e Flávio Almeida


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