Por bernardo.argento

Rio - Foi, sem dúvida, uma derrota anunciada, pelo retrospecto recente das duas equipes e pela superioridade técnica do campeão brasileiro. Mas era possível esperar um pouco mais de resistência do Flamengo e não um resultado tão fácil para o adversário, e que poderia ser muito mais amplo. Não fossem algumas boas defesas de Paulo Victor e um certo desinteresse do Cruzeiro na fase final, era jogo para 5 a 0.

As coisas no Fla estão mal paradas e é até uma bênção a pausa para a Copa para que se faça uma reformulação geral. Caso contrário, seria uma bola de neve de insucessos que levaria à demissão prematura de Ney Franco. Aliás, o treinador já está abusando do direito de não conhecer bem o elenco e toma decisões inexplicáveis a cada jogo.

Desta vez, colocou Negueba como uma espécie de meia armador, o que não ajudou o ataque e desguarneceu uma defesa já vulnerável. O Cruzeiro, sem esforço, liquidou o jogo em menos de 20 minutos. Enfim, um domingo triste do Flamengo, que vai passar a Copa em penúltimo lugar na tabela.

Final feliz

Sem Sheik e enfrentando um adversário superior no Itaquerão, o Botafogo conseguiu escapar da derrota pela falta de objetividade do domínio corintiano e pelas boas defesas de Renan. Quando o Timão fez 1 a 0, o jogo estava equilibrado, apesar da fragilidade do ataque alvinegro. No segundo tempo, o Corinthians foi superior e poderia ter liquidado, mas deu chance para o azar e o Botafogo foi premiado pela insistência. Bom resultado, mas o time precisa de reforços.

Não foi tão bom

Em jogo movimentado e equilibrado, mas com nível técnico sofrível, o Fluminense não repetiu as suas melhores atuações e não passou de empate com o Inter, em Macaé. Pela primeira vez, o time sentiu falta do oportunismo de Fred porque, apesar do esforço, Walter foi muito marcado e teve atuação discreta. O Flu teve o mérito de ter saído de desvantagem e empatado ainda na primeira fase com belo chute de Jean. No entanto, caiu de produção na fase final e foi até inferior ao Inter.

A segurança

Talvez como em nenhuma outra Copa — há alguma semelhança com 1994 —, a Seleção tem uma defesa capaz de garantir boa campanha. A vantagem da época de Parreira é que Taffarel era um goleiro acima de qualquer suspeita. E havia uma proteção do meio-campo imbatível com Dunga e Mauro Silva. Mas, agora, a linha de zaga é melhor e, se Julio César for bem, tudo certo. Ainda assim, a atual defesa pode facilitar a vida de Neymar e Fred na frente, como foi com Bebeto e Romário.

Arapuca

Esses amistosos das seleções que vão disputar a Copa estão atrapalhando. Depois de algumas baixas importantes, foi a vez do México perder Montes e de a Itália ficar sem Montolivo, ambos com fraturas. As bruxas estão conspirando porque são lesões graves. E ainda há problemas com Cristiano Ronaldo e Diego Costa. Seria prudente poupar jogadores mais expostos, os que são fundamentais. O Brasil que se cuide já a partir de amanhã contra o Panamá.

Conquista brilhante em um ambiente difícil

O Flamengo merece os parabéns por mais um título no basquete e pela vitória eletrizante sobre o Paulistano, sábado. Mais ainda porque, nos últimos anos, o investimento no esporte tem sido constante, apesar dos obstáculos. O Flamengo não tem culpa se a concorrência é fraca no geral e inexistente no Rio. E também se a CBB continua sem encontrar boas soluções com a seleção brasileira. Importa é que o Flamengo tem um belo time, campeoníssimo e mantém vivo um esporte que já foi o número 2 do país e luta para sobreviver.

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