Por pedro.logato

Rio - À exceção de Alemanha, Holanda, França (as únicas com bom futebol), Bélgica, Grécia e, talvez, Suíça e Rússia, nada irá restar da Europa a partir das oitavas de final. Para quem tinha o maior número de seleções e dispõe da melhor estrutura de futebol no mundo, chega a ser surpreendente. Há explicações preliminares que poderão até ser usadas como as desculpas de sempre.

Os europeus não jogam bem nos trópicos, há seleções envelhecidas como as da Espanha e da Inglaterra e até a Itália não conseguiu grande renovação, mantendo ainda o veterano Pirlo como o seu maior astro. Mesmo assim, imaginar que Itália e Inglaterra fossem eliminadas tão facilmente em um grupo com a Costa Rica dá para refletir sobre os novos caminhos do futebol na era da globalização.

No caminho inverso, temos Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia, Costa Rica, México e talvez Equador classificados e até um brilhareco da África com Gana, e, talvez, Argélia, que joga por um empate com a chatíssima Rússia. A questão do clima pode até ter atrapalhado os europeus, mas é um obstáculo secundário.

Espanha, Inglaterra e Itália já deixaram a Copa do MundoReuters

MELHOR E PIOR

Em Belo Horizonte, um inimaginável contraste. A Costa Rica, com o seu futebol amadurecido, administrava a liderança do grupo, não se expunha muito e conseguia o seu objetivo — a incrível liderança do Grupo da Morte. Do outro lado, a lendária Inglaterra, em uma aparente tentativa de desvalorizar a Copa, escalava alguns reservas, quem sabe justificando o novo tropeço. Gerrard e Lampard, por suas carreiras, mereciam uma despedida melhor de Copas.

SEM TALENTO

Itália e Uruguai fizeram jogo tenso em Natal, mas sem criatividade e talento.Pirlo e Luisito, as estrelas, não brilharam e houve apenas muito esforço, violência, reclamações — enfim, uma briga de rua em vez de um clássico. A Itália foi castigada por procurar o empate por 80 minutos e só lembrar do gol no fim. E o Uruguai usou a velha garra para achar o gol de Godín. A desconcentração de Balotelli e a expulsão de Marchisio foram um símbolo da Itália.

VAI MUDAR?

Dessa vez, Felipão não deve segurar a barra e deixar a formação-base intocada porque uma eliminação prematura o colocaria como o principal culpado. O mais provável é que pelo menos Paulinho tenha perdido o lugar, até porque Fernandinho fez ótima exibição contra Camarões. Mas é bom pensar também em uma alternativa para Oscar, que pode ser Hernanes ou, até melhor, o ofensivo Willian, que merece mais tempo em campo. E por que não Maicon no lugar de Daniel Alves?

DRAMA NO FIM

Foi um tanto cruel para a Costa do Marfim a eliminação nos acréscimos em um pênalti desnecessário e bem esquisito. Foi o contraponto de um futebol mais festivo e ofensivo dos africanos e o estilo duro e sem graça dos gregos, às vezes eficiente, às vezes inútil. Despedida triste para Drogba. Já a Colômbia confirmou a boa fase, detonou os japoneses e deve fazer agora um belo jogo contra o Uruguai, sábado, no Maracanã. Quem ganhar, pode pegar o Brasil nas quartas

UMA DISPUTA ESTRANHA POR DUAS VAGAS

No terceiro dia da rodada final da fase de grupos, no F a Argentina terá a companhia da Nigéria mas é duvidoso que os nigerianos continuem porque, com a provável vitória argentina no Sul, o Irã depende de si próprio diante da Bósnia em Salvador. E no Grupo E, em mais um dia de festa no Maracanã, a galera equatoriana vai tentar empurrar a sua seleção para a classificação mas não será fácil dobrar a França. Até porque será improvável uma vitória de Honduras sobre a Suíça em Manaus.

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