Por pedro.logato

Rio - 21 de julho de 2014. Uma data especial para o futebol brasileiro, mas que, além de celebrar os 100 anos de história da seleção mais vitoriosa do planeta, exige reflexão. E ação. O vexame diante da Alemanha, na Copa do Mundo, não apaga a tradição da Amarelinha, dona de 25 títulos internacionais de relevo, entre eles cinco Mundiais, oito Copas América e quatro Copas das Confederações. Mas serve de alerta. Afinal, tal qual o Maracanazo de 1950, o 7 a 1 do Mineirazo se tornou uma ferida aberta no coração do torcedor, que sangra sem data para ser cicatrizada.

Tetra em 1994 quebrou jejum de 24 anosArquivo / Agência O Dia

Esta segunda-feira será dia de se reverenciar o passado de glórias do ‘país do futebol’, só que sem se esquecer que apenas com trabalho, ousadia e determinação será construído um futuro igualmente grandioso. Desde o amistoso contra o Exeter City — vencido por 2 a 0, gols de Oswaldo Gomes e Osman —, dia 21 de julho de 1914, nas Laranjeiras, a Seleção fez 1.041 jogos, com 666 vitórias, 214 empates e 161 derrotas. Foram 2.386 gols marcados e 1.392 sofridos. Em Copas do Mundo são 104 partidas, com 70 vitórias, 17 empates e 17 derrotas (221 gols a favor e 102 contra).

O saldo é amplamente positivo, mas não permite acomodação. Mais do que se aprimorar dentro de campo, é preciso se aperfeiçoar fora dele. Além de se reinventar taticamente, o Brasil tem que vencer um imenso atraso nos bastidores — que beira o amadorismo. Culpa de dirigentes mal intencionados, um calendário desumano e categorias de base às moscas, onde não se revelam craques como antigamente.

Seleção brasileira de 1970 é considerada a melhor da históriaArquivo

Há quem peça novidades na CBF. “Se queremos mudanças, que tal anularmos a eleição clandestina e obscura que alçou o senhor Marco Polo Del Nero à presidência? O futebol no Brasil precisa de mais democracia e transparência. Não pode e não merece ser comandado por um bando que já demonstrou sua incompetência. Quando uma seleção com tanta história perde de forma tão humilhante é sinal que estão se acumulando graves problemas”, diagnostica Romário.

Críticas a parte, a crise leva a temores sobre o futuro. Além da imagem arranhada, a Seleção não tem técnico desde a queda de Felipão (Dunga deverá ser anunciado amanhã). E volta a campo em setembro — amistosos contra Colômbia e Equador — repleta de dúvidas: brigará pelo título da Copa América de 2015? Conseguirá o inédito ouro olímpico em 2016? Ficará pela primeira vez na história fora de um Mundial (Rússia-2018)? Com a resposta a cúpula da CBF que hoje sopra velinhas no centenário da Seleção.

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