
Rio - O talento nas quadras, que lhe rendeu o prêmio de melhor jogador da Olimpíada de Atenas (2004), ficará agora na memória do torcedor brasileiro. Mas o espírito competitivo não foi deixado de lado por Giba. Consagrado com o ouro olímpico na capital grega há 10 anos - que serão completados na sexta-feira -, o ex-jogador curte a aposentadoria do vôlei com novos projetos. Palestrante e comentarista de tevê, ele já entrou em outra disputa, arrancando elogios do júri como um dos concorrentes da "Dança dos Famosos", do Domingão do Faustão.
“Na verdade, todo mundo tem aquele tabu de que gente grande não sabe ou não pode dançar. Mas estou me divertindo e isso é o mais importante nesse quadro”, conta Giba, de 1,92m, mantendo a competitividade dos tempos de jogador: “Atleta não perde isso nunca.”
Os ensinamentos nas pistas vêm da bailarina Camila Lobo, sua parceira no programa.
“Ela tem 19 anos, é uma menina incrível e os pais são professores de dança de salão”, diz ele, que volta a competir no próximo domingo.
Sua mulher, Maria Luiza, está sempre torcendo na plateia e sai orgulhosa da atuação do amado a cada apresentação. Há uma semana, quando dançou forró, o ex-jogador foi aprovado pela atriz e bailarina Claudia Raia, que o considerou “surpreendente como artista e como bailarino.”

Na tevê, Giba também é visto como comentarista nos jogos de vôlei pela "Globo". E ressalta que está aprendendo.
“O mais importante é a dedicação em tudo o que faço. Estou estudando bastante, vendo como fazer, perguntando para o Tande e o Luiz Carlos Júnior como a coisa acontece. O pessoal é fantástico. A dedicação de um esportista está partindo para essa área agora”, compara o ex-jogador.
Confiante na Seleção
Na nova função, Giba mostra confiança no time brasileiro para o Mundial da Polônia, que começa no sábado. A Seleção busca o tetra a partir do dia 1º, contra a Alemanha.
“O pessoal, quando chega na hora certa, arregaça as mangas e vai para cima”, afirma, pronto para acompanhar os Jogos de 2016 do lado de fora da quadra.
“Vou torcer muito, acima de tudo. Vou estudar o Brasil e os adversários. Mas tenho um lado bem frio quando eu assisto aos jogos. Era pior quando eu estava jogando e ficava no banco”, brinca.
Com os companheiros do ouro olímpico, ele mantém contato através de um grupo no WhatsApp (aplicativo de bate-papo no celular). E lembra o título com emoção, 10 anos depois: “Foi fantástico ter participado de um grupo tão maravilhoso.”
A união da equipe que encantou o torcedor sob o comando de Bernardinho é destacada por Giba: “A cumplicidade resume todos os segredos desse grupo. Foi uma história muito bonita. Gustavo, Ricardo, André Heller e eu começamos praticamente juntos em 1992 nas categorias de base. E todo mundo foi agregando valores ao grupo.”

O nascimento de sua primeira filha, Nicoll, aconteceu justamente durante os Jogos de Atenas. Em 2008, após a prata nos Jogos de Pequim, veio o caçula, Patrick.
“Em 2008, a gente chegou muito bem, todos motivados, mas ainda um pouco sentidos pelo que aconteceu com o Ricardo (referindo-se ao corte do levantador Ricardinho, às vésperas do Pan de 2007)”, recorda.
Em Londres (2012), veio outra prata, em sua última Olimpíada: “Ajudei o grupo voltando de uma cirurgia (na canela esquerda)”, lembra.
Aos 37 anos, após uma trajetória vitoriosa, com direito a três títulos mundiais, a sensação é de dever cumprido: “Faria tudo de novo, com os acertos e os erros. Os erros me fizeram crescer e os acertos me fizeram saber que a gente precisa melhorar para se manter no topo.”
Agradecimento: Academia Bodytech