Por bernardo.argento

Rio - É até possível, pelos caprichos do futebol, que o Flamengo se classifique hoje com 3 a 0 e pênaltis ou uma vitória por quatro gols de diferença, mas as chances são reduzidas depois da atuação pífia em Curitiba com um time misto e da disposição do treinador nos treinos desta terça-feira. Se ele não mudar de ideia à última hora, vai escalar, novamente, reservas, o que já tira boa parte da empolgação da torcida e até do comparecimento ao Maracanã. O Coritiba é fraco, habita o Z-4 do Brasileiro e vem desfalcado. Não seria absurdo ser eliminado hoje, se enfrentasse um Fla completo, concentrado e com o estádio cheio.

Isso não deve acontecer e qualquer coisa diferente de um joguinho chato vai surpreender. Como o torcedor do Flamengo acredita muito, até no título brasileiro, e o chamado manto sagrado tem a sua força especial, quem sabe não veremos uma zebra diferente hoje com o time classificado? Mas os caminhos são tortuosos e equivocados e é estranho que a diretoria compactue com essa palhaçada.

Fim da linha

A demissão de Gareca era a notícia mais previsível das últimas semanas porque ninguém resistiria mesmo a tal acúmulo de derrotas. É um bom profissional e recebeu até razoável apoio da torcida e da diretoria. Mas não se adaptou à loucura do futebol brasileiro e à baixa qualidade do elenco palmeirense. Talvez tenha cometido o erro de pedir um excesso de contratações de argentinos, mas, no fundo, lamenta-se esse fracasso que fechará ainda mais a porta aos estrangeiros.

A desistência

A recusa, à última hora, de Enderson Moreira em acertar com o Vasco faz todo o sentido. Recebeu propostas do Santos, não tinha garantia de contrato sequer de médio prazo e a situação política do clube pode mudar daqui a três meses. Ninguém desconhece a crise do Vasco, que inclui pressões acima do normal, política instável e salários atrasados. Não chega a ser nenhuma proeza, com o atual elenco, o Vasco alcançar o G-4, mas até isso virou novela pela confusão geral.

Muito tarde

Vagner Mancini está pedindo todo o esforço e determinação para o Botafogo voltar classificado de Fortaleza. Parece um pouco tarde depois da exibição pobre no Maracanã, com absoluta displicência. Pior é que o time não contará hoje com o seu craque Jefferson, figura decisiva para que a equipe não seja rebaixada e some os pontos mínimos necessários. Sem ele, a coisa deve complicar, mas é boa a proposta de fixar Emerson na criação pelo meio-campo, apesar da falta de bons atacantes.

Hesitação

Dunga parecia, em princípio, ousado na tentativa de mudança na Seleção. Mas, no coletivo, foi conservador dando espaço apenas a Miranda, Felipe Luís e Tardelli. Ainda restaram sobreviventes da Copa, embora alguns sem culpa no cartório, como Jefferson e Willian, além do intocável Neymar. É difícil imaginar que esse mix ganhe logo consistência, mas seria bom avaliar depois a dupla do Cruzeiro Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, além do novo esquema sem centroavante fixo.

A via crúcis do futebol carioca na Copa do Brasil

O Vasco foi melancolicamente eliminado nas oitavas da Copa do Brasil pelo modesto ABC, isso após levar goleada do Avaí na Série B. Tudo se complicou no empate do primeiro jogo em São Januário e, ontem , em Natal, o time só mostrou empenho depois de levar 2 a 0. Fez um gol e depois pressionou com garra, mas sem organização. E ainda perdeu Douglas, expulso. O Vasco repetiu o fiasco do Flu, eliminado pelo América-RN. Botafogo e Fla devem ir pela mesma trilha

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