Por fabio.klotz

Rio - Enquanto a torcida do Flamengo reúne forças, no Maracanã, para dar todo o apoio ao time no clássico mais popular do país, o Brasileirão, na verdade, pode ser decidido no Morumbi. Se o Cruzeiro vencer e chegar a 49 pontos, com dez a mais do que o São Paulo, alguém duvidará sobre o futuro da competição? Não só pela enorme dianteira, mas porque o time mineiro é muito superior aos outros e estaria afastando o adversário mais perigoso, que tem quatro ou cinco nomes de primeira linha.

Cruzeiro de Marcelo Moreno pode abrir dez pontos de frente na liderança do BrasileiroDivulgação

A última vitória sobre o Bahia foi sofrida, com arbitragem camarada, mas isso não diminui a força do Cruzeiro, que passou a enfrentar em todas as rodadas adversários supermotivados, além dos limites. Marcelo Oliveira tem o time nas mãos, jogadores de alta técnica como Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, dois artilheiros e um banco de reservas com nomes como Dagoberto, Júlio Baptista e Willian. Para os cariocas, a luta é pelo G-4 (Fluminense), para ficar na faixa intermediária (Flamengo) e para não cair (Botafogo).

Força externa

O Corinthians, sem ter um timaço, é certamente superior ao Flamengo. Mas isso poderá ser compensado pelo apoio da torcida, no Maracanã, que ignora má colocação na tabela, ingressos caros e dá sempre a maior força. Vanderlei acha que precisa mudar um pouco para surpreender, mas não tem tantas armas para utilizar. A solução será jogar com cautela, velocidade nos contra-ataques e tentar encaixar Alecsandro e Eduardo da Silva nos momentos certos.

A força do Timão

Petros agrediu o árbitro em recente jogo do Corinthians. A ação veio por trás, na corrida, sem qualquer dúvida e foi flagrada pela TV. Ele recebeu, no primeiro julgamento, pena de 180 dias, mínima para o caso. A partir daí, interveio a força política do clube, que sobra até fora do campo esportivo. Como se desconfiava, a punição caiu quase ao chão, para três jogos. O peso de cada camisa determina as decisões. Assim como a força do bolso de cada cidadão é dado decisivo.

Pessimismo

O mais animado torcedor do Botafogo não tem muitas esperanças em relação ao jogo deste domingo. Com tantos desfalques, a dois pontos do Z-4 e sem padrão de jogo, é difícil voltar com bom resultado do Sul. O Inter anda em crise, vem de duas derrotas, fora da Copa do Brasil e parece ter perdido o pé no G-4. Mas é um bom time e fará grande esforço pela recuperação. Abel sabe que, com a pressão, é capaz de cair em caso de revés. Mas o Inter terá de fazer muita bobagem para não vencer.

Desespero

A crise do futebol brasileiro é tão grande que qualquer jogador mais ou menos se valoriza com boas ofertas de um mercado generoso. Se for atacante, mais fácil. Veja o caso de Jobson. Aprontou mil e umas por aqui e no mundo árabe, mostrou-se indisciplinado dentro e fora de campo e desperdiçou quatro chances que o Botafogo lhe deu. Ainda assim, a Portuguesa está interessada. O problema é que, em qualquer lugar, ele volta a viajar em sua rota rumo à catástrofe.

Ronaldinho foi parar em Querétaro

A essa altura da guerra, Ronaldinho Gaúcho já não precisa mais de reforço financeiro e poderia se dar ao luxo de escolher uma quase aposentadoria mais confortável e menos acidentada. Acabou acertando com um time de pouca expressão, um tal de Querétaro, os Gallos Blancos, e em uma escola de futebol de força e correria. Mesmo que se dê bem, terá pouca repercussão. Seria melhor ficar pelo Brasil com a família ou tentar uma boquinha no futebol americano, sempre aberto a nomes ilustres. Lá, teria, pelo menos, um ótimo marketing.

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