Por edsel.britto
Rio - A estrutura precária e a ausência de bons centros de treinamento entre os clubes do Rio chamam a atenção. O Botafogo vive de galho em galho e faz as suas atividades no Engenhão ou no que estiver mais disponível. Sob a direção de Carlos Eduardo Pereira, parece que voltará por uns tempos a Várzea das Moças, em Niterói, onde, um dia, viveu tempos melhores no Caio Martins.
O Flamengo se refugia no Ninho do Urubu, local por longo tempo planejado e preparado mas que, na realidade, sofre com carências e localização muito ruim. O Vasco praticamente não sai de São Januário, quase só um estádio, e também usa locais alternativos.

O Fluminense, que acenou com uma Xerém moderna sabe que lá é inadequado para o futebol profissional e longe da cidade. Laranjeiras fica como quebra-galho. Difícil competir com os novos complexos esportivos dos clubes do Sul, de São Paulo e de Minas, o que ajuda a explicar os constantes fracassos do futebol do Rio no contexto nacional.

Nova diretoria do Botafogo escolheu um CT em Várzea das Moças, em Niterói, para fazer a pré-temporadaDivulgação

O DESCARTE

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O Fla parece ter uma administração moderna e bem focada no saneamento financeiro, mas deveria cuidar melhor da parte humana. Um jogador como Léo Moura não merecia só placas de homenagem e um contrato tampão até abril. Ele não deveria ser descartado com tanta pressa e sofrer constrangimento na sua última travessia. Mesmo com a perspectiva de breve despedida, poderia ficar mais um ano, até como prêmio. Ele joga mais do que a maioria, incluindo o sofrível Pará.
UMA PEDREIRA
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René Simões está acostumado, em sua longa carreira, a dar murro em ponta de faca. Mas, no Botafogo, será um desafio mais difícil e diferente. O elenco foi liquidado, à exceção de Jefferson, de permanência duvidosa. A coisa está tão feia que até um atacante cigano como Marcão pode vir como solução, logo ele que pulou de galho em galho, castigando a bola, com golzinhos ocasionais e falta de qualidade técnica. O Botafogo rateia para o Carioca e só terá chance na Série B com muita garra.
SOBREVIDA
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A torcida do Fluminense se divide em relação a Fred, uns considerando que a sua figura carismática e referencial é importante; outros lamentando a baixa relação custo-benefício e achando que ele já passou do tempo de permanência. Há bons argumentos dos dois lados, mas a impressão é a de que Fred já passou há muito tempo do seu apogeu nas Laranjeiras. É uma figura e um artilheiro respeitável, mas talvez seja melhor partir para novos ares.
SENSAÇÃO
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O título de Gabriel Medina no surfe, além de inédito para o Brasil, premia o esforço de um garoto talentoso que quase só teve apoio familiar e que vive em um país sem ondas grandes. Ele se superou sempre e brilhou exatamente na jornada final. Valeu muito a espera de dias por boas condições no mar e a vitória, com um show requintado de variações, foi incontestável diante de gente com mais experiência. Um título para esquecer algumas desilusões do ano.
QUAIS SÃO OS PLANOS PARA A NOSSA BELA BAÍA?
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Seria oportuno que o prefeito Eduardo Paes e o COI fizessem uma declaração sobre a quantas andam os planos para limpar a Baía de Guanabara com o objetivo de torná-la limpa ou, pelo menos, não causar vergonha aos brasileiros, com a indignação dos velejadores. As obras olímpicas andam em ritmo razoável e não deverão dar os sustos da Copa.
Mas a questão da Baía de Guanabara é complicada, importante e se houvesse o saneamento ao menos parcial já ficaria como belo legado para a cidade e para o país. Em Seul-88, as Olimpíadas mudaram a cidade e transformaram o rio da cidade, que era sujo e esquecido, em maravilhosa área de lazer para a população.
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