Por pedro.logato
Rio - Não chega ser novidade no futebol brasileiro que os interesses das federações estaduais estejam sempre na contramão dos grandes clubes. Por uma razão simples: eles são minoria e insuficientes para manter esse espúrio processo de eternização nos cargos. Isso explica, em boa parte, o gigantismo das competições, os prejuízos e o crescente esvaziamento dos Estaduais, inclusive em São Paulo, que já foi muito forte por conta do interior. Nesse clima de baixaria no Rio, embora os presidentes de Fla e Flu não sejam exatamente vestais, eles estão com toda a razão em tentar garantir liberdade na questão dos ingressos e não permitir interferência descabida da Ferj no projeto sócio-torcedor. Rubinho baixou o nível, desrespeitou a reunião e parece agora se sentir à vontade ao lado do seu velho amigo Eurico Miranda, que virou figura-chave nos bastidores. Do Botafogo nada se esperava pela sua atual fragilidade. Infelizmente, começamos a temporada da pior forma possível.
Polêmica na Ferj divide futebol cariocaDivulgação

O QUE SOBROU

Do caos quase absoluto das reuniões da semana, sobra de bom a decisão tardia de diminuir nos próximos dois anos o número de clubes no Carioca caindo progressivamente para 12. Errou-se sem necessidade e agora corrige-se o que era óbvio depois de se jogar fora dinheiro e credibilidade.Até a fórmula atual, horrorosa, vai acabar, voltando ao regulamento anterior, compartimentado.Qualquer criança via o que estava errado mas demoraram anos para perceber. É o país da piada pronta.

O ENIGMA VASCO
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A torcida começa hoje a ver a verdadeira cara do Vasco de Doriva porque nos amistosos houve muitas mudanças e no Torneio de Verão o time oscilou demais. A defesa, sem as lambanças de Sandro Silva, deve dar para o gasto e é uma boa hora para se acompanhar Serginho e Lucas na proteção. O ataque também é uma incógnita com Rafael Silva e Marcinho até porque Bernardo é bipolar. O adversário deve facilitar mas o Vasco, se mantiver o padrão recente, terá dificuldades.
COM MÉRITOS
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O Botafogo sofreu, chegou a se enrolar, demorou a marcar, mas mereceu amplamente a sua primeira vitória no Carioca. Surpreendeu a torcida pela garra, bom sentido de marcação e ótimo preparo físico, apesar das falhas técnicas e de um ataque dispersivo, que perdeu vários gols na segunda fase, quando o Alvinegro dominou o combativo e organizado Boavista. Vitória que dá moral ao time, com destaque para Roger Carvalho, Gilberto e Willian Arão. Do meio pra frente, falta muito.
NEM PARECE O FLU
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Renato, Henrique, Victor Oliveira, Giovanni, Vinícius, Lucas Gomes... Se esses jogadores fossem anunciados ano passado, o torcedor não entenderia bem mas agora a realidade é essa, pelo menos a princípio. Muita coisa vai depender de Cavalieri, Jean, Wagner e Fred. A renovação pode ser bem-vinda no Carioca mas que não se espere, da noite para o dia, aquele Flu forte de outros tempos. O jogo contra o Friburguense, que seria no Maracanã, foi para Volta Redonda, um complicador a mais.
FRED, UM ARTILHEIRO MUITO ESPERTO
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Alguém acredita que Fred ficou no Flu só por amor ao clube? Talvez tenha ficado por se sentir à vontade, como o rei da cocada preta e sem outro craque para rivalizar, após a saída de Conca. Com a promessa do pagamento dos atrasados e salário excepcional, Fred não terá tanto prejuízo na relação custo-benefício. Na China levaria uma vida difícil, longe de tudo e de todos e seu ocaso no futebol seria triste. Agora, mesmo sem perspectiva de volta à Seleção, pode iluminar algumas jornadas tricolores.