Por pedro.logato

Rio - Ainda é difícil driblar a timidez. Não é para menos. De Pirapora de Bom Jesus, interior de São Paulo, para a NBA. Isso com apenas 19 anos. O ala Bruno Caboclo, do Toronto Raptors, tenta se adaptar à velocidade de uma carreira promissora. Ele foi draftado pela franquia canadense em junho de 2014 e surpreendeu por ter sido selecionado na primeira rodada. Quase um ano depois, busca lidar com o assédio da imprensa, fãs, a responsabilidade de mostrar todo seu potencial e se acostumar às novidades de ser um NBA, como estar no videogame. O Bruno Caboclo de carne e osso sabe que o "Caboclo virtual" também está em evolução.

Bruno Caboclo fez oito jogos pelo Toronto Raptors na temporadaEdsel Britto

"Não jogo muito (com Bruno Caboclo do videogame). O overall (conjunto de habilidades no game) não é muito alto. Quando melhorar, eu jogo", afirma Bruno Caboclo, num dos raros momentos em que abre um sorriso e fica mais à vontade no papo com a imprensa.

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Caboclo ainda não sabe lidar com a imprensaEdsel Britto

A estreia na principal liga de basquete do mundo foi de aprendizado. Caboclo jogou pouco, é verdade, mas é preparado para o futuro. Nos planos dele, o futuro já pode ser na próxima temporada.

"Este ano foi bem produtivo. Posso falar que foi mais de aprendizado. Na próxima temporada, já posso ajudar o time, contribuir com algumas coisas", declarou o ala.

Bruno Caboclo fez oito jogos pelo Toronto Raptors na temporada. A estreia foi especial. No dia 21 de novembro, contra o Milwaukee Bucks, ele marcou oito pontos, sendo ovacionado pela torcida. Os fãs da franquia, por sinal, transformaram o brasileiro em xodó do time. É difícil explicar a empatia. Tão complicado quanto expressar o que sentiu ao fazer a primeira cesta na NBA...

"Não conseguia controlar meu corpo. Deu um friozinho na barriga. É incrível o carinho que a torcida tem por mim. Não tenho palavras para descrever", afirmou Caboclo.

A adaptação não foi fácil. Um jovem em um novo país, na principal liga de basquete do mundo.

"Senti muito no começo. Era difícil acompanhar. Demorou um período de dois a três meses para me adaptar, tanto à língua quanto ao basquete também. Mas depois disso foi tranquilo", recorda Caboclo, que não esconde a principal dificuldade:

"Morar sozinho. Ficar sozinho é a pior coisa."

O saldo da primeira temporada é positivo: "Evoluí em tudo, como em habilidade e fisicamente. Meu inglês também está melhor. Consigo falar com todo mundo." A receita para melhorar ainda mais está na ponta da língua:

Jogador acha que saldo da primeira temporada é positivoReprodução Internet

"Treinar, ficar mais forte. Treinar com mais força para ficar pronto."

Caboclo não teve muito tempo de férias. Ele já voltou para o Canadá no sábado. Lá, vai começar a traçar os planos para a próxima temporada e voltar a treinar. Defender a Seleção, sobretudo na Olimpíada de 2016, é um dos objetivos, mas o ala não sabe qual será a sua programação. Até lá, espera virar uma realidade na principal liga de basquete do mundo. E uma potência no mundo virtual.

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