Por fabio.klotz

Rio - A fragilidade dos clubes pequenos do Rio no Estadual se acentua quando o assunto é uma competição nacional. Não é nenhuma novidade que as equipes fluminenses não consigam fazer graça, mas em 2015 a situação piorou consideravelmente, principalmente em comparação com o ano passado, quando o Macaé conseguiu o inédito acesso à Série B, um mero acaso na história recente do futebol carioca, que voltou à triste realidade.

Macaé%2C do goleiro Rafael%2C luta para não ser rebaixado para a Série CAndré Mourão / Agência O Dia

Com sete pequenos disputando competições nacionais (Copa do Brasil e Brasileiro), o desempenho é pífio. De 76 jogos, foram somente 16 vitórias e 35 derrotas. Na Série D, competição em que teoricamente os rivais são do mesmo nível, os pequenos do Rio mostraram toda a sua fragilidade. Duque de Caxias, Volta Redonda e Resende foram eliminados na fase de grupos sem nem ao menos brigar pela classificação.

Maior destaque em 2014, o Macaé até começou bem a Série B, chegando a vislumbrar o G-4, mas a falta de experiência e planejamento pesaram. O clube despencou na tabela e agora luta contra o rebaixamento. Pior fez o Madureira, que, depois de três anos na Terceira Divisão, cumpriu campanha horrorosa este ano e foi rebaixado.

Grande surpresa do Estadual de 2015, quando quase tirou a vaga do Fluminense nas semifinais, o Tricolor Suburbano conseguiu apenas uma vitória em 18 jogos na Série C e deixará o Rio sem representante nessa divisão.

“Quem errou fui eu. Nas contratações e no planejamento”, admite o presidente do Madureira, Elias Duba.

Fragilizados, os pequenos do Rio sofrem o ano todo e, mesmo com o elevado número de clubes no Estadual, não têm nem mais conseguido fazer frente aos grandes, fora raras exceções. Esse processo vem de anos, resultado de más administrações, falta de revelações e da cada vez maior diferença de receitas. E não há uma solução até agora para mudar esse panorama.

“Time pequeno, sem ajuda, sem patrocínio, sem nenhum apoio é o maior problema. Hoje não se faz nada sem dinheiro, é impossível manter a estrutura. É necessário maior investimento da federação e dos grandes. A divisão de dinheiro é muito injusta, brutal. Os pequenos precisam de investimento. Antigamente, os grandes investiam nos pequenos e pegavam as revelações”, reclama Duba.

Procurado, o presidente da Ferj, Rubens Lopes, não quis se pronunciar.

Os pequenos em torneios nacionais

Macaé, luta contra o rebaixamento na Série B - tem sete vitórias em 28 jogos
Madureira, eliminado na 1ª fase da Copa do Brasil e rebaixado para a Série D, com apenas uma vitória em 18 jogos
Boavista, eliminado na 1ª fase da Copa do Brasil sem fazer gol
Cabofriense, eliminado na 1ª fase da Copa do Brasil
Duque de Caxias, eliminado na Série D em quarto lugar no grupo, com duas vitórias em oito jogos
Resende, eliminado na Série D em terceiro lugar no grupo, com duas vitórias em oito jogos
Volta Redonda, eliminado na Série D em terceiro lugar do grupo, com três vitórias em oito jogos

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