Por pedro.logato

Rio - Se Neymar e Cristiano Ronaldo são rivais na Espanha e disputam milhões por anúncios publicitários, no futebol da Segundona do Rio a história é bem diferente. Rhaudeman, 22 anos, primo de Neymar, e Flávio Caça-Rato, 28, o CR7 do Nordeste, disputam a Série B do Campeonato Carioca pelo Duque de Caxias e estenderam a amizade para fora de campo.

Os caminhos incertos do futebol criam um abismo entre os 96% dos jogadores brasileiros que ganham até R$ 5 mil (dados da CBF), dos 88 milhões de dólares (R$ 305 milhões) que Cristiano Ronaldo embolsou em 2015, de acordo com a revista ‘Forbes’.

Duque de Caxias luta para não cair à Série C Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Longe dos contratos milionários, a distância se estreita com a união no Duque de Caxias. “Nós não sabíamos, mas acabamos indo morar juntos. Ele é uma pessoa que não esperava encontrar quando cheguei aqui, mas é uma amizade que vou levar para o resto da vida”, diz Rhau, apelido do primo de Neymar.

Contratados como esperança para o retorno do clube à elite do futebol carioca, Rhau e Caça-Rato chegaram em abril. No entanto, o projeto esbarrou nas dificuldades financeiras. O Duque, que já disputou a Série B do Brasileiro entre 2009 e 2011, pode até cair para a Série C se perder para o Goytacaz. A partida ainda não tem data devido a uma das várias disputas no tapetão que envolvem a Segundona do futebol carioca.

Muito menos badalado que o ídolo português, Flávio Caça-Rato fez fama quando jogou no Santa Cruz — foi lá que ganhou o apelido de CR7 do Nordeste. Mas o atacante também viveu momentos ruins em Recife. Em 2010, levou dois tiros após uma discussão em um bar.

Lembranças que servem de superação. “Não dei valor para algumas oportunidades que estiveram na minha mão, e perdi o foco. Mas minha cabeça mudou com o nascimento do meu filho. Eu ainda tenho muita lenha para queimar”, garante Caça-Rato, sonhando com dias melhores.

Matéria de Yuri Eiras e Antonio Junior com a supervisão de Flávio Almeida

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