Por bferreira

Rio - O mar sempre fascinou Sassá. Na infância, a mineirinha de Barbacena aguardava ansiosamente pelas viagens com a família para Guarapari, no Espírito Santo, ou Cabo Frio, no Rio. Morar pertinho da praia finalmente se tornou uma realidade quando foi contratada para jogar no Vasco, aos 17 anos, e se repete agora, como estrela do Fluminense nas quadras. Aos 34 anos, com um ouro olímpico no currículo, ela lidera a equipe tricolor num grande começo de temporada, com direito ao título estadual sobre o forte Rexona-Sesc, do técnico Bernardinho.

Campeã olímpica em Pequim-2008%2C Sassá é a capitã da equipe do FluminenseMárcio Mercante / Agência O Dia

“Sempre fui apaixonada por praia. Como sou de Minas, a gente tinha o costume de passear na praia uma vez por ano. Meus pais trabalhavam muito e a gente geralmente ia de excursão uma vez por ano e ficava louca para chegar logo. Quando tive a oportunidade de vir morar no Rio, fiquei radiante”, recorda ela, sobre sua passagem no Vasco, onde foi vice-campeã da Superliga na temporada 2000/2001.

Na Cidade Maravilhosa, com 17 anos, Sassá teve a chance de conviver com estrelas do vôlei. “Foi um sonho realizado. Saí de Barbacena praticamente de uma equipe amadora. A oportunidade de jogar com referências do vôlei foi fantástica. Lembro que a primeira vez que cheguei no treino fiquei meio como estátua. Olhava para as jogadoras e pensava: ‘Não acredito que estou aqui hoje jogando ao lado delas’. Tive oportunidade de aprender muita coisa”, conta.

Depois, Sassá teve a chance de jogar no Rexona, primeiro em Curitiba e em seguida no Rio. “Foi fundamental ter convivido com atletas de grande experiência. Em 2004, a sede se transferiu de Curitiba para o Rio e trabalhei com o Bernardo. Ele é um cara fora de série, conhece muito de vôlei. Se você tiver cabeça e souber aproveitar, tem tudo para dar certo. É um dos melhores do mundo”, agradece.

Jogadoras do Fluminense festejam a conquista do título estadual sobre o Rexona-SescMailson Santana / Fluminense FC

A volta ao Rio pelo Fluminense, já como campeã olímpica, é festejada mais uma vez. “É a segunda oportunidade de jogar por uma equipe que tem torcida de futebol. A gente sabe que há uma diferença muito grande. A torcida é bem mais apaixonada. Fiquei superfeliz de voltar ao Rio, uma cidade que me acolheu muito bem quando comecei a minha carreira. Agora é defender as cores do Fluminense e trabalhar para que a gente conquiste nossos objetivos”, diz Sassá, que mora pertinho do mar, em Copacabana.

ESTREIA DIANTE DO REXONA

Apesar da felicidade pela conquista do Estadual em cima do Rexona, Sassá prefere ser cautelosa em relação à Superliga. Depois de 25 anos longe da elite do vôlei brasileiro, o Fluminense fará sua estreia na competição no dia 1º, justamente diante do time de Bernardinho, na Hebraica.

“Agora para a Superliga é outra história a ser traçada, novos objetivos, o importante é dar continuidade ao nosso trabalho, pois ainda temos muito que crescer tecnicamente, taticamente e como grupo. Sabemos do que somos capazes e temos que mostrar isso de novo dentro da quadra”, afirma.

Recentemente, Sassá teve uma experiência jogando como líbero, sendo convocada para a seleção brasileira nessa posição pelo técnico José Roberto Guimarães em maio de 2015. “Gostei bastante. Não me arrependo em momento nenhum. A oportunidade de defender a Seleção novamente foi o que mais mexeu comigo nessa decisão. Consegui melhorar alguns aspectos de defesa e passe”, avalia a jogadora.

Mas Sassá admite ter sentido saudade de atuar como ponteira. “Senti falta de atacar. Depois de 15 anos atacando, é complicado parar. O líbero é uma posição muito difícil. Todos os líberos estão de parabéns. Fabi, Serginho e Brait são grandes fenômenos da posição”, elogia.

Ouro em Pequim-2008, ela ficou na torcida pela Seleção feminina nos Jogos do Rio e lamenta a eliminação precoce nas quartas de final para a China. “A maioria dos torcedores estava esperando um caminho mais longo da Seleção na Olimpíada. Lógico que é um campeonato completamente diferente de Grand Prix, de Mundial.

Infelizmente, não deu para o Brasil. A China estava num momento melhor”, analisa.
Aos 34 anos, Sassá prefere não fazer planos de aposentadoria. “Depois que você não tem mais aqueles 20 aninhos, começam a aparecer algumas dores. Tem que sempre cuidar dessa parte. Enquanto tiver saúde e estiver dando conta do recado, pretendo esticar a minha carreira o máximo possível”, revela.

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